tag:blogger.com,1999:blog-24051614013727319302024-03-13T01:30:22.700-03:00ConsonânciasTalita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.comBlogger104125tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-60957068058255982762014-11-28T23:10:00.000-02:002014-11-28T23:10:33.500-02:00Guri<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A gravata aperta o nó da garganta<br />
E sufoca a respiração, a força e a alma.<br />
Mas ainda há alma<br />
Nessas horas, melhor não falar.<br />
<br />
Foi-se triste e sozinho<br />
Aquele menino que queria entender o mundo<br />
Num buraco fundo<br />
Ele ficou.<br />
<br />
Há dias que o dia não está pra riso<br />
Amigo ou abrigo.<br />
Só suor, frio e cansaço.<br />
Sem drama, risada ou afago.<br />
<br />
Há dias que são só dias.<br />
Um a mais, sem agonias ou alegrias.<br />
Musicando a dor<br />
Ouvindo aquela batida qualquer que favoreça o amor.<br />
<br />
E eu vou...<br />
Sabendo já no que vai dar.<br />
O amor...<br />
Sabendo que vai que vai parar.<br />
<br />
Ou mudar, recomeçar, religar.<br />
<br />
Readaptar.</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-48389866066067096232014-08-11T12:48:00.000-03:002014-08-11T12:48:30.919-03:00Sobre você<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Meu amor, você fez todas as canções de amor obterem sentido.<br />
A sua imagem capturada pela minha mente é sempre com a luz baixa dando preferência às coisas que eu mais gosto em você;<br />
Seu sorriso gentil e cínico, sincero, que me dá vontade de prender você em mim e não soltar, por nada.<br />
Seu olhar brilhante, com luz própria, repassa a sua alma real e intacta.<br />
<br />
Gosto mesmo de quando seu olhar cai no meu e fica, a sensação de ser admirada tanto quanto admiradora me deixa extasiada.<br />
Gosto do seu abraço que cabe no meu, meu coração que sente o seu, o calor que não queima, mas conforta.<br />
Gosto dos seus beijos, porque eles são meus, porque eles tem amor, tem paciência e certeza.<br />
<br />
As minhas paisagens são melhoradas pelo seu caminhar nelas. Obrigada, meu amor, obrigada por todos esses dias da literatura mais antiga e bonita de amar.<br />
Sua voz me faz chorar, porque você canta pra mim e cada palavra toma o significado mais sincero possível quando você as pronuncia.<br />
<br />
Não há (nem haverá) um único dia em que sua imagem não me dê vontade de continuar, de alegriar a vida, porque, afinal, não haveria nada melhor que eu pudesse ter ou querer.<br />
Porque te olhar acordar é simplesmente reconstruir a cara da doçura.<br />
Seja sempre assim, exatamente como você é, tão amor, tão meu amor.<br />
<br />
Porque você é meu olhar, meu caminhar, meu ouvir, meu falar, você sou eu.<br />
<br />
<br />
<br /></div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-2130325010191542812014-07-08T00:49:00.002-03:002014-07-08T00:49:57.176-03:00Achar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A gente acha que sabe de tudo e do mundo.<br />
A gente acha que sabe.<br />
A gente acha muita coisa.<br />
A gente acha que tudo que tá no mundo, tá pra gente.<br />
<br />
A gente acha que achou e quando vê, perde.<br />
Quando viu, tá perdido.<br />
Quando percebeu, se perdeu.<br />
<br />
Perdeu de vista.<br />
Perdeu de rumo.<br />
Perdeu o estado.<br />
Perdeu a vontade.<br />
Perdeu a vida.<br />
Perdeu e nunca mais encontra de novo.<br />
<br />
Não encontra saída.<br />
Não encontra abrigo.<br />
Não encontra conforto.<br />
Não se encontra.<br />
Não encontra o outro, a outra, que se foda.<br />
<div>
<br /></div>
</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-70992331795853534832014-05-14T00:50:00.002-03:002014-05-14T00:50:44.536-03:00Laura<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Você esteve ao meu lado no momento mais conturbado da minha pequena vida. <div>
Ano difícil, filho da puta, aquele...</div>
<div>
Tinha tanta coisa pra fazer, tanta coisa pra aprender, coisas que eu não gostava mas precisava e tinha de engolir igual aquele remédio bem ruim que cura o mal que tá instalado em você. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Aquele ano filho da puta foi bem remédio mesmo, achei a saída pra uns problemas grandões em mim, tomei coragem, tomei vida, conheci pessoas encantadoras no meio do mundo louco. </div>
<div>
Uma delas foi você.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Eu nem acredito em outras vidas, mas quando eu vi você... senti como se tivesse te conhecido em algum outro lugar e que acreditávamos nas mesmas coisas. E isso foi estranho, bem estranho. </div>
<div>
Sua energia me chamou pra perto de você. E lá fui eu. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
E surpreendentemente, eu não estava errada. Se existirem outras vidas, eu com certeza tive um legado bonito ao seu lado. Se não houverem também, paciência, estou muito mais preocupada em construir esse legado agora. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Eu sou grata ao universo por tudo que você pôde me transmitir ao longo desses anos, por cada lágima que secou, ou melhor, pelas que não deixou cair, seja com um "engole esse choro, Talita!" ou com um abraço de "calma, porra, vai ficar tudo bem, se não ficar, eu tô aqui!". Por cada riso, cada crise de riso, você é uma palhaça no melhor sentido que se pode ser. Por cada concelho, por cada "vá em frente", por cada "eu acredito em você". Você é fantástica!<br /><br />Se me perguntassem hoje o que é amigo, eu não responderia uma definição, citaria nomes e a lista começaria assim:<br />"Laura..."<br /><br />Seu nome é bonito e me lembra momentos bons. Ele é sorriso. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Obrigada por ter feito e por fazer parte da minha vida. Da minha melhor vida. <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-66AAFG81ZMI/U3Ln-dxhVlI/AAAAAAAAL4c/8FRLJ5dY6cU/s1600/Foto1408+(2).jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-66AAFG81ZMI/U3Ln-dxhVlI/AAAAAAAAL4c/8FRLJ5dY6cU/s1600/Foto1408+(2).jpg" height="240" width="320" /></a></div>
</div>
</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-2331917782048332052014-03-12T22:13:00.001-03:002014-03-12T22:15:50.429-03:00Concreto<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Você fecha a porta e decide que vai escrever o texto da sua vida... Sua vida. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Escolhe a música que você acha que pode ajudar. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Você teve um dia de muitas lembranças.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Acho que existem dias e momentos propícios para se fazer poema. Não consigo escrever no calor, por exemplo, mas preciso estar quente, de cabeça quente ou de coração quente. Também não consigo escrever algo que não me atinja. Que não seja meu, mas que me toque ao menos. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Resolvi escrever porque lembrei, dia de chuva, lembrei como se fosse sonho, como você havia comentado, como se nunca... nunca tivesse acontecido. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Vi a grande avenida. peguei a mão de minha mãe instintivamente, como se nunca pudesse estar ali sozinha, chovia fraco e frio, e eu olhei aqueles rostos como se já os conhecesse, eles pareciam me olhar da mesma forma. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Olhei o grande museu, olhei o verde que brota do meio do concreto e, inexplicavelmente, consegui sentir o cheiro de café que chegava do outro lado da rua. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Sabe quando você olha distante como se visse uma imagem nítida perdida no tempo? Vi seu rosto sério, mas feliz ali. Senti sua falta de uma forma doce e dolorida. Mas eu só sou poeta, e poetas, como mães, sentem demais. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Devo ter comentado algo com minha mãe sobre as lembranças daquele lugar mas sem citar seu nome, guardei como segredo, como se fosse meu. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Eu andei como que no passado e revi aqueles primeiros dias e me espantei em como o tempo correu. Vi os começos de tarde no parque, vi um café pedido, vi um sorriso e qualquer brincadeira, um olhar tão terno que me avermelhavam as bochechas e uma lugar para morar no abraço que eu acabava de descobrir. Vi um tempo que passava rápido e uma despedida doída, vi o antes e o depois e como tive sorte de viver. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Era tanto barulho que eu ignorava porque ouvia a sua voz, tanto frio que eu não carregava porque meu rosto estava quente, ficava sem jeito, não sabia estar ali. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Daí percebo que escolhi as músicas da mesma época para escrever o texto da minha vida, instintivamente, de novo. E lembrei de quantas coisas ainda são completamente iguais, ainda que distintas. Como seu olhar ainda é terno, como eu ainda carrego o rubor, como ainda é sério, como meu coração palpita e meu sistema nervoso me denuncia toda vez que estou para encontra-lo, como ainda não estou de todo convencida da veracidade dos fatos, da vida. De como te amo, meu bem, estranhamente igual mas bem mais do que no começo. Não sei amar de outra maneira. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Y8oTZEX7Y_c/UyEFT_RBFiI/AAAAAAAAL3k/BhHumPk57mE/s1600/conso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Y8oTZEX7Y_c/UyEFT_RBFiI/AAAAAAAAL3k/BhHumPk57mE/s1600/conso.jpg" height="320" width="300" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i><b>"concreto</b> </i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>con.cre.to </i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-small;">adj (lat concretu) 1 </span><u>Que tem consistência; condensado, solidificado</u><span style="font-size: x-small;">. 2 Que designa ser subsistente por si só. 3 </span><u>Determinado, particularizado</u><span style="font-size: x-small;">. 4 Gram Qualificativo dos substantivos que exprimem seres materiais, percebidos por nossos sentidos. (Antôn: abstrato.) 5 Diz-se do número cuja espécie de unidade está indicada. sm 1 Aquilo que é concreto. 2 Concreção. 3 Material de construção feito com cimento, areia, cascalho e água; betão. C. armado: concreto reforçado internamente com varetas ou fios de ferro entrelaçados; betão armado. C. ciclópico, Constr: concreto no qual se empregam grandes blocos de pedra em lugar de pedra britada. C. </span><u>protendido: concreto ao qual se aplicam tensões prévias para aumentar-lhe a resistência a esforços a que estiver sujeito</u><span style="font-size: x-small;">."</span></i></div>
</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-39121985760274287112014-02-08T22:50:00.000-02:002014-02-08T22:50:28.989-02:00Cordiforme <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Você só é destes tais que pensam demais.<br />
Que me deixou aqui, atônica, porque a vida não disse direito o que ia fazer. Foi lá e fez.<br />
Gosto de como você pensa, gosto porque não tens chão.<br />
Pisas nas nuvens.<br />
Gosto porque não consigo desgostar, porque não consigo chatear, porque não consigo deixa-lo sem gosto.<br />
Gosto porque sonhas.<br />
Como pode, meu deus? Como pode sonhar como eu?<br />
E eu sempre acho que é mentira.<br />
Eu sempre tento não pensa-lo como cordiforme.<br />
Mas bates no mesmo compassar do meu coração.<br />
És, e porque és que eu o amo.</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-36137109999479250402014-02-08T22:48:00.003-02:002014-02-08T22:48:48.202-02:00Bonito<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Eu conheci alguém muito bonito, uma belezura mesmo, encantador.<br />
Um alguém com um sorriso sincero, daqueles que a gente olha e já quer logo sorrir junto, sabe?<br />
Ele também chora com a pureza de uma criança e é tão verdadeiro que se pessoas valessem dinheiro seria considerado o alguém mais precioso do mundo. Pra mim, ele é.<br />
<br />
O conheci e demorei a raciocinar que ele era real, que eu poderia fechar e abrir os olhos e ele continuaria lá, me olhando.<br />
<br />
O abraço também, é coisa de gente maluca. Abraço que conforta e provoca atordoamento. Conforta por estar nele, atordoa porque todo abraço acaba e o que eu menos quero em todos os abraços, de todos esses dias e de hoje é me soltar daqueles braços.<br />
Sua mente carrega o mundo, não é brincadeira. Ele pode pensar em números, em pessoas, em poesias e ideologias e sentir por todas elas interesse e repúdio, ódio e amor e no fim, achar que não sabe de nada.<br />
<br />
Ele fala bonito, isso eu não sei direito explicar. Fala baixo, com uma dicção impecável e não vou negar que olha-lo falar pode ser o passatempo mais divertido pra mim. Sabe dessas vozes agradáveis? Ele é uma delas.<br />
<br />
Ainda que diga bobagem, continua sendo bonito.<br />
<br />
E quando me diz coisas que só as inspirações dos maiores poetas devem ter escutado...<br />
E quando me olha como se fosse qualquer quadro cheio de cores que se precisa de um tempo para decifrar...<br />
E quando me deixa, quando me recupera, quando some e reaparece, quando me faz sonhar...<br />
Esse alguém é sim, a maior beleza do mundo.<br />
<br />
O meu amor. </div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-59357348953416588822014-01-31T00:52:00.002-02:002014-01-31T01:07:23.799-02:00De Jesus. Onde estava? Na Liberdade.<br />
Seu sobrenome era Jesus, de Jesus. Pertencia a Deus aquele homem que suspirava livre.<br />
Sabe Deus a quanto tempo eu não escrevo seu nome com letra maiúscula.<br />
Tinha tanta história ali dentro dele que nem com todos os anos do mundo eu poderia preenche-lo.<br />
Não valia querer dizer que suas esposas não eram mães, perdeu a mãe tão cedo, sua casa foi o chão.<br />
Ela pediu para que fosse forte e cuidasse do almoço. Se foi, deve ter ido uma parte dele junto.<br />
<br />
Eu queria leva-lo pra casa, dizer que o mundo o enganou, que ele não é determinado, é incompleto.<br />
Tanto livro que não sai, meu Deus...<br />
Às vezes a gente entra numa bolha, fecha a saída de ar e esquece que tem gente que não respira.<br />
Onde irá dormir o homem de Deus?<br />
Hoje, amanhã, depois...<br />
Quem vai dar o próximo abraço?<br />
Dois por hoje pra nunca mais, quem sabe...<br />
<br />
A gente acha que a dor que carregamos é a maior do mundo. Admira ver a lua porque temos um teto.<br />
Sua tela do mundo deve ser a lua.<br />
Temos chão, pão, gente, ódio e amor.<br />
Não estamos satisfeitos.<br />
Quanto deixamos de falar porque esquecemos?<br />
Ele guarda, guarda tanto que quando acha alguém que escuta simplesmente fala.<br />
Pode não ter sentido, pode ser só desabafo.<br />
Alguém parou pra ouvir, pode ser raro, bota pra fora o amor que não lhe dão<br />
- Sejam felizes, meus caros. - Diz o homem só.<br />
- Quem sabe quando vou poder falar de novo? - Se pergunta o homem da Liberdade, preso.<br />
<br />
Abrirei as janelas pra que entre ar.<br />
Deixarei de assumir o que é meu pra assumir o que é de todos.<br />
Habite aqui, em mim, morada da compaixão, Deus, Alá, seja qual for o nome que carregas.<br />
Abra os ouvidos meus já que os teus estão surdos.<br />
Abra a boca minha já que teu hálito já não os toca.<br />
Deixe que meus abraços sejam ternos como a da mãe perdida e deixe-me servir o almoço.<br />
Só não deixe o homem perdido na Liberdade.<br />
Só não deixe o homem de Jesus que não enxerga a sua face.<br />
"Deus, por que me abandonaste?" - perguntamos eu e o homem.<br />
<br />Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-51466763937275883922014-01-29T00:07:00.000-02:002014-01-29T00:07:04.181-02:00É, sãoÉ o mundo que anda fora do ritmo.<div>
Um passo pra frente e três pra trás, um rever e verter sangue antes coagulado como se fosse a água que nos dá a vida. E se alimentam dele, se banham, nadam.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
São as pessoas que andam meio pirronistas demais, duvidam de deus e do amor. E de mim, de ti, do pai, da mãe e da flor, que nasce e morre, pisada ou sem água, aquela que foi trocada por sangue. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
É um bom dia que não há. Acorda, toma café, um pão e um adeus. Vai voltar...</div>
<div>
<br /></div>
<div>
É um almoço olhando pra cadeira vazia enquanto o telejornal passa as notícias antigas do dia.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
É um livro tão bonito que fala de solidão numa casa. Um louco, uma cega, um viajante, um guerrilheiro, uma possessiva e a criança que come terra e chupa o dedo acuada num casa cheia de gente vazia.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
São outros quinhentos livros que a gente precisa engolir como se não soubesse que o que falta no mundo e na gente é compaixão. O milagre não está nas letras. Está nas pessoas.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
É o abraço que não se dá.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
É o descaso, um criar caso, um laço e um deslaço. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
A preocupação de fazer seu plano se encaixar com as outras mil e uma pessoas que esperam estar dentro dele. Enquanto você está fora...</div>
<div>
<br /></div>
<div>
A vontade de abraçar o que não recebeu abraço,de sentar na cadeira vazia e desligar a TV, de fechar o livro e deitar na grama, de voltar e dar um bom dia direito, a vontade de não ter um plano e de não ter dúvidas que este é o caminho certo.</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-35060732474107380002014-01-16T00:14:00.003-02:002014-01-16T00:14:32.784-02:003 estações<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-LPZUi4AymOs/UtdAaQCt6dI/AAAAAAAALfY/Rd9ozjhADZ8/s1600/images+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-LPZUi4AymOs/UtdAaQCt6dI/AAAAAAAALfY/Rd9ozjhADZ8/s1600/images+(1).jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
Ela nunca mais falaria ao inverno as suas aspirações de primavera.</div>
<div style="text-align: center;">
É outono. </div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-50424534755217602052014-01-08T00:42:00.001-02:002014-01-08T00:43:28.027-02:00Sebastião<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
"O mundo é bão, Sebastião!<br />
O mundo é teu, Sebastião!" </div>
A gente amanhece cantando pro sol e dorme jurando pra lua.<br />
Só acredito em ciclo novo quando o velho bate em retirada, mas eu ainda estou carregada dos meus velhos fantasmas do passado.<br />
Acho engraçado que meu corpo avisa quando não tá dando mais pra aguentar o peso das palavras e dá aquele aperto entre o coração e a boca do estômago dizendo "FALA! O ar vai te faltar!". Faz um tempão que eu escrevo e rasgo, escrevo e rasgo, escrevo e rasgo, me rasgo e não escrevo.<br />
Sabe, eu não lembro bem porquê perdi o medo do escuro... Ou foi porque eu percebi que a escuridão sempre chega, senta e vai embora ou porque foi daí que eu fui perdendo a fé. A gente sempre tem aquele pedido que faz no escuro do quarto, da alma, do peito, que de tanto repetir, desistiu que aconteça. Pois bem, eu ando no escuro.<br />
Tem o degrau também, na verdade não tem mais degrau. Mas eu ainda passo com cuidado nessa parte da casa porque é como se ele ainda estivesse lá. Tenho uma cicatriz no joelho.<br />
Tem também as manchinhas no espelho, eu descobri que eram manchas NO ESPELHO esses dias, achava que era defeito no rosto, no corpo, não são, mas o espelho tem minha idade e é só ele.<br />
Vou correr e parar o tempo, engolir seco pra secar o molhado dos olhos.<br />
Como é que a gente explica saudade sem saber o que falta?<br />
Como é que a gente explica medo se está indo exatamente pra onde gosta?<br />
Não explica, só sente.<br />
Caralho, por que sentir tanto?<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-yqy5LGLxnj0/Usy6dmwR97I/AAAAAAAALfE/6fptMkC6kG0/s1600/tumblr_inline_mvpgb0qNus1rqe0nk.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-yqy5LGLxnj0/Usy6dmwR97I/AAAAAAAALfE/6fptMkC6kG0/s1600/tumblr_inline_mvpgb0qNus1rqe0nk.jpg" height="231" width="320" /></a></div>
<br /></div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-3414733427797849662013-12-29T23:38:00.001-02:002013-12-29T23:38:45.744-02:00Eu sou o Samba.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/OITmWuS6VMY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
Tá ouvindo?<br />
Dezembro pode ser um quase fevereiro pra terminar o ano bem.<br />A gente ouve aquela batida que o coração acompanha, que dá vontade de dançar e que é quase uma pílula do esquecimento para todos os problemas.<br />
Pois desça aqui mais uma cerveja que meu coração já esquentou.<br />
Vamos, vamos! Porque a vida passa rápido demais pra gente deixar tocando no rádio qualquer melodia triste, prefiro o batucar ao vivo de um bom samba.<br />
Ah... o samba.<br />
Esfria o que tá quente, esquenta o que tá frio.<br />
Tudo se ajeita com ele.<br />
<br /></div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-83685780378740009862013-11-16T14:39:00.001-02:002013-11-16T14:52:46.393-02:00Me tomo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Vadia vida louca e corrida que me chama.<br />
Sou louca vadia que corre colorida pela rua (nua).<br />
Sou assim, não adianta, nem deus nem o demônio podem arrancar do meu peito a palavra liberdade que me pulsa os batimentos me arranca de toda grade, quente ou fria, limpa ou suja, só paro nas grades que me interessam.<br />
Que me chamem de vadia, de louca e até de vida. Porque a vida se não é vadia e louca não vale a pena. Eu valho a pena.<br />
Cada sonho que tive é vadio. Cada sorriso que dou é vadio. Cada lagrima derramada é vadia. Cada amor mais vadio. Alimento paixão pelo periférico.<br />
Sei que isso te soa negativo, mas meu caro, não é. Negativo é deixar a vida preta e branca feito este teu caderno, cheio de promessas do porvir. Eu só tenho o hoje.<br />
Mesmo assim, meu amor vadio te ama.<br />
Sou porque foste ainda que não possa ser o que foste.<br />
Sou minha, porque me tomei.<br />
Não é ingratidão, é lição. </div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-90627220131592810712013-10-28T21:04:00.000-02:002013-10-28T21:04:27.508-02:00Quadro<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Eram dois corpos.<br />
Dois corpos que queriam virar um só.Sabe como é, não é?<br />
O maior dos pecados realizado passo a passo, gesto a gesto, quase que como uma pintura.<br />
A porta se fecha e do lado de fora ficou o grande mundo, são só dois, sós no total.<br />
A dança não tem passos ensaiados, mas nunca se viu antes alguém que se entregasse plenamente a executa-la.<br />
Eram da mesma altura, entregues a alcançar a mesma elevação.<br />
Os sussurros despertam cada canto do quarto e tudo, tudo cria vida. Ao menos ali, enxergam todo o espaço que aquele breve mundo pode ter.<br />
Um beijo terno de olhos fechados que enxergam a pulsação.<br />
A pele se ouriça, não é frio.<br />
Não se cabem ao abraço, entregam-se como se o mundo fosse acabar dali a um segundo, é a ultima chance, a ultima.<br />
Os olhos se encontram e com o mesmo brilho, conversam.<br />
Já não há sussurros, os mundos misturam-se pelos sons que o pequeno mundo emite ao grande mundo, é a prova de que estão vivos e que é ali, no maior dos pecados, que enxergam a beleza disso. Eles entendem, agora entendem.<br />
Saem de si, saem alma, gemidos, suor, vida.<br />
Se amam e há beleza no amor.<br />
<br />
<br /></div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-6434007029535389542013-10-27T17:46:00.000-02:002013-10-27T17:48:56.269-02:00Passaninhar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Todo coração deve sentir-se assim de vez em quando.<br />
Por mais que o meu seja pássaro e desvie das grades que tentam impor por aí, ele sente uma vontade de te pertencer e ela é quase que incontestável, já gastei todos os meus argumentos com ele, que teima.<br />
Eu disse a ele que sou livre... "sou um homem livre!"<br />
Acredita que riu?<br />
Riu de mim meu coração da forma mais maliciosa possível e eu entendi da forma mais indigesta que ele já tinha escolhido onde iria pousar desconsiderando a minha primeira afirmação.<br />
Inventei de dizer o quanto sua decisão era perigosa, quase que como uma mãe, fui fornecendo os "ses" que ele parecia ignorar e no final tive de engolir um baixo, mas com boa dicção, "eu não ligo".<br />
Aquele diálogo de eu comigo, aquelas convicções, eu me disse de todos os perigos e fui ignorada.<br />
Meu coração quer te sobrevoar, quer se alimentar do seu jardim, visualizar suas cores.<br />
Meu coração quer pousada, quer lugar, pertencimento e ser novo, de novo.<br />
Meu coração não tem chão e voa.<br />
E apesar de tanta insegurança, quer a inteireza de descansar as asas em teu chão.<br />
Ponha seus olhos sobre os meus e depare-se com quem eu sou.<br />
Saiba que meus espaços de liberdade se abrem para receber.<br />
Dou-me por livre e espontânea autonomia. </div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-69741175855641098612013-10-09T21:49:00.001-03:002013-10-09T21:49:49.769-03:00Postulado<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Existe uma frincha que de tão referta, dói.<br />
E do meu lado queima, arde, flameja.<br />
E do outro, chamusca.<br />
<br />
Existe um amor que de tão forte, fraqueja.<br />
E do meu lado hesita.<br />
E do outro, titubeia.<br />
<br />
Existe, há, vive.<br />
E do meu lado vive.<br />
E do outro, subsiste.<br />
<br />
Fidedignas palavras que não saem.<br />
Genuínos atos que não existem.<br />
Efetivo amor que me mora.<br />
E do outro, procuro lisuras. </div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-37871762650197631242013-10-09T21:30:00.002-03:002013-10-09T21:30:54.755-03:00Versejar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A gente só precisa vomitar o que sente de vez em quando pra ver se abre espaço dentro de si e cria um pouco mais de força. Eu acho mesmo que isso deva resolver parte dos problemas.<br />
Gosto de voltar e rever a vida feito uma novela em que eu fico tentando adivinhar qual vai ser o final, igual um filme que emociona por transparecer aquilo que se acredita.<br />
Tem dias que fico meio assim, sei lá, querendo virar a cara pro mundo. As pessoas te pisam, cara. Elas fazem isso tão bem que quase podem alegar inocência, fazem "sem querer", sabe como é. Elas acham que porque você não as olha nos olhos as palavras não doem tanto, mas meu amigo, uma palavra maldita num dia que te empurra pro tombo acaba com tudo.<br />
Talvez esse seja o preço do sentir apurado demais, eu sinto tudo demais, chego a pensar que vou morrer de tanto ódio ou de tanto amor ou de tanta insegurança, acho mesmo que está tudo acabado num segundo e no outro pronta para o eterno. É engraçado.<br />
Sinto as lágrimas alheias como facas no coração e meu sorriso se abre sozinho quando vejo um monte de gente rindo. Fico pensando o que as pessoas pensam (que coisa engraçada) enquanto caminham pela rua ou quando estão paradas nos transportes públicos, fico ouvindo a música do fone do vizinho e pensando se o humor dele condiz com o que ele escuta ou se é só um disfarce pequenino pra encarar mais um dia.<br />
Olho os casais, as mãos que andam entrelaçadas e olho também as pessoas sozinhas, eu queria só por um instante conseguir sentir o que cada uma sente.<br />
Acho que todo mundo vive assim e pronto, é ai que me estabaco.<br />
As pessoas estão pouco se fodendo pra o que você está pensando, meu amigo!<br />
Querer que todo mundo seja poeta é pretensão demais, poeta, músico, filósofo, humano, qualquer coisa que se preocupe mais do que com a hora que está marcando no relógio ou com o próprio umbigo. Ah, quanta pretensão.<br />
O mundo correndo e eu aqui querendo andar em câmera lenta.<br />
A sensação horrível de "o que é mesmo que eu faço por aqui?"<br />
Talvez eu só não pertença mais, não me adeque, não me afine, não me ajuste. Talvez eu simplesmente não seja. Talvez eu não rime, na verdade, eu rimo, não rimam comigo.</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-83200016534977330832013-09-30T23:44:00.001-03:002013-09-30T23:44:11.544-03:004 horas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-ftuSP_1DJUs/Uko27NNPcRI/AAAAAAAAJCc/83kvdlWPA68/s1600/menina_na_chuva%5B1%5D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="http://3.bp.blogspot.com/-ftuSP_1DJUs/Uko27NNPcRI/AAAAAAAAJCc/83kvdlWPA68/s320/menina_na_chuva%5B1%5D.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
A chuva tem sido diferente esses dias aqui em São Paulo. Não me incomodo com ela, são uns pingos tão gelados que me fazem sentir um carinho divino.<br />
Tem dias que a gente se sente sozinho mesmo.<br />
Foda-se todas essas "necessidades", as coisas realmente deveriam deixar de acabar assim... as vezes.<br />
Eu voltei a estaca zero, o ponto onde eu estava quando tudo isso começou.<br />
Querer forçar seus atos soa-me tão antiquado quanto a falta que sinto deles. A ansiedade por um olhar, por um abraço voluntario que não saia de mim ou qualquer coisa assim...<br />
Céus! Nas ultimas noites tenho acordado no mesmo horário morrendo de vontade de te ligar e dizer... nada. Eu não tenho nada a dizer e por isso não ligo. Seria só o prazer de ouvir o "sim?" e saber que sua voz estava ali comigo na escuridão. Enfim, eu não ligarei.<br />
"Me fiz escravo do meu medo de ser".<br />
Talvez seja a chuva, ou a insônia maldita de todas as quatro horas da manhã. Talvez sejam as músicas também, ou a infeliz vontade de partir todos os dias para a mesma estação de trem. Talvez seja mesmo ausência.<br />
Quatro paredes. meu papel, a chuva, São Paulo.<br />
Até as 4h.<br />
<br />
<br /></div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-70039921525511753272013-09-21T23:49:00.000-03:002013-09-21T23:49:00.854-03:00Zelo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Nunca, sempre, tanto tempo.<br />
<br />
Quero cuidar de ti porque, não sei explicar como, mas fazes parte de mim.<br />
Me dói assim, no mais profundo, achar posso simplesmente acordar amanhã e ser tudo resultado de uma esquizofrenia louca, um sonho que criei como rota de fuga de tudo que eu era antes e do que a vida estava me tornando.<br />
<br />
Tenho meus problemas, mas eu gosto de me carregar.<br />
Fico mesmo incomodada quando alguém por ai fica me apontando que sou isso ou sou aquilo.<br />
Não és meu, mas eu gosto de te carregar.<br />
Fico mesmo incomodada quando alguém por ai fica apontando que és isso ou és aquilo.<br />
És, somos, o que és, o que somos.<br />
E eu gosto assim.<br />
<br />
Ah, garoto, eu queria mesmo que soubesse ou sentisse ou ao menos tentasse entender o quanto eu me importo, eu realmente me importo.<br />
Me importo tanto quanto me importava no começo, ou mais.<br />
Me importo a ponto de não querer abrir a porta ou de quando meu abraço te sufoca querer dizer num sussurro ou num grande alarido que eu o amo tanto quanto no começo, ou mais.<br />
<br />
E agora que pra mim tudo está no mais?<br />
Infinito no nunca ou no sempre, infinito.<br />
<br />
Ainda que não haja sol, que chova, que esteja frio.<br />
Ainda que não tenha palavra ou certeza.<br />
Ainda que não haja porém.<br />
Eu continuo me importando, amando, zelando.</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-25250563982299173782013-09-13T18:54:00.000-03:002013-09-13T18:54:19.608-03:00Redoma<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-eY3Lu5NSkUA/UjOHk-nPz0I/AAAAAAAAJB0/Zol-okUl44c/s1600/o-pequeno-principe-70-anos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="http://2.bp.blogspot.com/-eY3Lu5NSkUA/UjOHk-nPz0I/AAAAAAAAJB0/Zol-okUl44c/s320/o-pequeno-principe-70-anos.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
"És para mim, única no mundo".</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Sem querer que o nosso Pequeno Príncipe se torne um clichê, mas para mim és a rosa.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Porém, não posso (nem quero) tranca-la numa redoma de vidro para que sobrevivas, eu quero é que vivas e que vivas intensamente.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Nessa história, sinto-me tua raposa, tua voz chama-me para fora do buraco que eu costumo me esconder.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Minha rosa, tua raposa.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Minha rosa, não quero que te prendas na redoma, me sinto a maior das egoístas do nosso pequeno mundo com isso....</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Eu quero é que sejas raposa como eu e, se não sou teu Pequeno Príncipe que possas encontrar a voz que te chama para fora, que te tira do buraco.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Se já o fui, que posso eu fazer para que me reconheças?</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Será que são tantas as vozes assim que a minha sucumbe no meio de tantos outros chamados?</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Só não te quero obrigada, minha rosa, a sobreviver no meu pequeno mundo, cheio de pequenas paisagens e tão grandes sensações e sentimentos.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
E eu? Eu continuo raposa. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Tua voz continua a me tirar do buraco e continuará. </div>
<br /></div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-84082596304629557722013-09-09T22:20:00.000-03:002013-09-09T22:20:01.896-03:00Sobre a morada da minha alma <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
É o mundo aberto que me trás fascinação e insegurança.<br />
Quero dar-te a mão não porque não consigo andar sozinha mas porque tua companhia me é agradável.<br />
Não aches que posso fornecer-te o segredo da vida, eu o desconheço e nem sei se ele é singular ou plural, mas quero poder almejar descobri-lo contigo, ainda que na possibilidade de pluralidade achemos sentidos diversos.<br />
Sou mais livre quando sei que escolhi montar a casa da minha alma ao lado da tua, mesmo que a precise desmontar carregarei o sentido de boa vizinhança. Mas entenda, não quero desmonta-la. Tua rua me é agradável e as xícaras de sal e açúcar sempre me rendem boas lembranças.<br />
Talvez eu nunca descubra como cheguei aqui, talvez eu tenha perdido da manha de desejar outra casa, a tua é demasiadamente agradável. </div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-88136470743489327882013-08-31T00:19:00.003-03:002013-08-31T00:20:18.864-03:00Minhas Janelas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Está bem escuro aqui fora, meus olhos (minhas janelas) não se acostumam, não consigo ver sequer um esboço das coisas que estão ao meu redor.<br />
E eu... eu só quero ir pra casa.<br />
Onde é a minha casa?<br />
<br />
Faz tempo que não tenho casa.<br />
Faz tempo que eu repouso num lugar, morro um pouquinho em outro, pra depois acordar, ressuscitar e ir de novo esperar algo da vida.<br />
<br />
Bem achei ter casa, mas eu sou o caos, eu sou o caos.<br />
Eu o carrego comigo a onde quer eu que siga, chego e faço tanta bagunça que é melhor não ter casa.<br />
Talvez eu seja mesmo assim, talvez eu seja nômade, doente, louco.<br />
Talvez eu seja assim mesmo, capaz de trazer o caos transvestido de plenitude.<br />
<br />
Deixa estar, sou eu.<br />
Mas meus olhos (essas minhas janelas) sempre foram sinceros.<br />
Queria que eles conversassem.<br />
O caos é esse, meu pensamento escapa pelos olhos antes de chegar a boca, não há som.<br />
Eu deveria fechar as janelas e fazer como todo mundo faz, usar a porta, boca-porta.<br />
<br />
"Quando nasci, um anjo torto, desses que vivem na sombra, disse: <br />
- Vai, Carlos! ser gauche na vida."<br />
Ah, Drummond, sigo gauche todo dia.<br />
Mas meus olhos (minhas janelas) são sinceros. E como são.<br />
<br />
Ainda que eu carregue o furacão, não sou assim tão forte.<br />
Não.. não sou.<br />
<br />
As janelas se fecham quando o sol já aqueceu dentro da casa.</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-341701930607103292013-07-25T19:01:00.004-03:002013-07-25T19:07:14.069-03:00Carta para o Amor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Eu sempre
preferi acreditar que pessoas como você existem, mesmo que eu não as encontre a
cada esquina, ou em todo lugar, ou mesmo uma a cada mil quilômetros. Eu sempre
preferi acreditar. Por isso, não tenho dúvidas do quanto eu tive sorte de achar
você, de nos percebermos, de você estar no mesmo lugar que eu, de termos nos
permitido viver essa história mesmo sem saber direito no que ela ia dar. Hoje,
sou capaz de questionar qualquer coisa, menos a veracidade do que eu sinto ou a
intensidade dos meus sentidos quando estou contigo. Você me faz sentir, nos
instantes que estamos juntos, a verdadeira “vida viva” e mais do que isso,
incentiva-me a busca-la todos os dias, na fé de que ela realmente pode ser alcançada
(e há quem diga que eu não tenho mais fé).</span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"> Você torna
viva cada nota musical que toca no rádio. Você faz as cenas dos filmes se
tornarem parte de mim. Faça frio ou calor, sol ou chuva, noite ou dia, nada,
nada passa-me como insignificante quando estou do seu lado. Falta
sentido na hora do adeus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"> Todas as
escolhas que me levaram até você, todas as palavras que até agora foram ditas,
ou não tão ditas assim. Sou grata por todas elas. Sou grata a mim e a você pelo
voto de confiança que nos concedemos a cada passo que escolhemos dar para nos
unirmos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"> Tem tanta coisa
pra falar, tanta. Mas... quero te pedir em casamento. E por que eu? E por que
agora? E por que assim? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Porque eu fiquei esperando você
dizer o primeiro “eu te amo” e hoje acho que perdi tempo. Porque eu fiquei
esperando você me pedir em namoro porque achava tudo recente demais. Porque se
eu escrevo pra tudo, inclusive pra desengasgar as palavras que não saem, nunca
saem, agora não seria diferente. Não quero todas as simbologias que esse pedido
carrega. Não quero papel, testemunha, festa, branco, flores, um monte de gente
pra contar história depois. Quero simples como a música do Dominguinhos... “
Não posso ficar sem você pois, viver sem você é viver pra chorar (...) Fica,
meu amor, ou então me leva pra morar contigo.” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Qualquer lugar, longe ou perto,
quero você aqui comigo. Eu, você e nossos livros, músicas, filmes e sonhos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">“Eu só aceito a condição de ter
você só pra mim” <br />
A primeira mensagem, não? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Faço dela a conclusão. <o:p></o:p></span></div>
</div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-33187117399693964082013-07-09T20:40:00.001-03:002013-07-09T20:41:54.318-03:00O custo sem valor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Quanto vale uma vida?<br />
Não, perdão... Valor, não.<br />
Quanto custa uma vida?<br />
Custo: Despesas, desembolso, o que se paga, gasto, dificuldade, fadiga.<br />
A vida as vezes pesa tanto que deixa de ter valor e passa a ter custo.<br />
<br />
Custo a dormir.<br />
Custo a acordar.<br />
Custo a levantar.<br />
Custo a parecer acordada.<br />
<br />
Tudo que tem valor, não tem espaço.<br />
Tudo que se faz com sorriso, não tem momento.<br />
Corre no que se gosta.<br />
Aquieta no que se pesa.<br />
<br />
Valor riso.<br />
Valorizo.<br />
Que me soltem o riso.<br />
Que se prenda o ouriço... e seus espinhos.<br />
<br />
Levanto-me todos os dias o mesmo horário.<br />
Levantam-me.<br />
Acordada? Não. De olhos abertos.<br />
<br />
Deito-me todos os dias, não no mesmo horário.<br />
Não tem momento para isso.<br />
Durmo? Nem cheguei a despertar.<br />
<br />
Sonho o mundo, sonho meus sonhos.<br />
Todos aceitamos o presente doloroso contanto que nos permita os sonhos.<br />
Hoje, esforço.<br />
Amanhã, também.<br />
<br />
O sonho não chega.<br />
<br />
Penso que, talvez, a maior tragédia dessa vida<br />
É o tempo que a gente passa correndo atrás do vento.<br />
E não há libertação, não há.<br />
<br />
O despertador soou...<br />
Não há mais tempo para palavras.<br />
Adeus.<br />
<br /></div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2405161401372731930.post-21833036254737146262013-07-07T22:28:00.001-03:002013-07-07T22:28:11.831-03:00Luta <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Sinto muito mas grilhões não me servem, que caiam.<br />E eu, no desejo mais intimo do meu ser, não quero que eles sirvam a mais ninguém e caiam.<br />Tenho motivos para lutar que me levarão a frente por uma vida inteira,<br />Custe o que custar. <br /><br />Luto por elas que usam os grilhões e não percebem,<br />Pois eles já se tornaram sinônimo de beleza, delicadeza.<br />Luto contra todos aqueles que ainda acham que submissão é uma virtude<br />E ensinam isso para filhas e filhos.<br /><br />Luto por elas que além de presas sofrem agressões<br />E por todas aquelas que ainda internalizam a resposta "a culpa é minha".<br />Luto por poder sair na claridade do dia e na escuridão da noite<br />Sem medo de estar desacompanhada.<br /><br />Luto por ser companheira e não uma serva.<br />Luto por igualdade e não superioridade.<br />Luto por nós, luto por todas e todos.<br /><br />Luto por todas que usam os grilhões em dose dupla,<br />Aqueles que deveriam ter sido extintos em 1888 e pelos que estão nelas e em mim<br />Desde que o mundo é mundo.<br /><br />Luto por elas que se deram conta dos grilhões<br />E que amam, amam, amam.<br />Amam outras elas e que por amar sofrem.<br /><br />Luto por elas que nasceram elas<br />Mas que o mundo insiste em dizer que são outros.<br /><br />Luto por elas, por mim, por nós.<br />Eu luto.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></div>
Talita Bezerra dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/04487972329529982116noreply@blogger.com0