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A casa é sua

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Indefinido

(Não estou certa se quero que esse texto soe como poesia, não tenho certeza de nada, na verdade.)

Seria muito interessante,  muito interessante mesmo, se as pessoas parassem de me enxergar como "o ser que não erra". Durante muito tempo carreguei esse peso comigo.
- Não, Talita, você não pode cair! Você tem que levantá-los. 
- Não, Talita, tenha fé! Seja pisada, jogada de um lado a outro, esquecida, aguente todo tipo de grosseiria, um dia, UM DIA, as coisas vão mudar.
- Não, Talita, você não consegue ver? As coisas já mudaram muito, como tudo está mais lindo hoje né?

Ó céus, quantas vezes eu não disse isso para mim mesma esperando que fosse uma voz divina?
A realidade é que não consigo mais ouvir essa voz. 
E que não me declaro disposta a continuar ouvindo grosserias  hoje reconhecidas como violência, com a esperança de que um dia as coisas mudem. 
"Quero a sorte de um amor tranquilo" sabe?
 Não sei mais fazer aquilo que sempre fiz de esperar calada, de chorar e chorar e chorar, perder noites de sono esperando que alguém me perdoasse simplesmente por ser humana.
De pedir desculpas como se tivesse cometido um assassinato todas as vezes que deixava toda a grosseria que jogaram em mim e eu sutilmente guardei. 
Quero, gentilmente, pedir que me deixem errar! 
Por favor, entendam o meu lado humano!
Me deixem exprerimentar o que vocês vivem sentindo, esse tal de ter dúvidas declaradas, que podem ser contadas e sentidas como se eu tivesse a obrigação de entende-los e acalenta-los como crianças sem mãe.
Porra! Eu não sei mais ser assim.
Eu preciso me sentir, preciso descobrir quem EU sou. Não quem eu queria muito ser. 
Percebem o abismo que existe nesse intervalo? 
PERCEBEM?
Por favor, digam-me que percebem. 
Queria poder cobrar de vocês que me entendessem, apoiassem, oferecessem ombros como eu fiz com vocês, mesmo saindo magoada, mesmo sendo eu a ferida. Eu fiquei lá...
Mas eu não peço nada disso, está bem?
Se vocês quiserem ir, eu vou entender. Vou mesmo, ninguém tem de sofrer o que eu tenho sofrido e ser alguém que não é. Se está pesado pra vocês entenderem o que eu tenho me tornado, podem ir.
Não que eu queira que vocês tomem os caminhos que levam vocês para longe de mim, mas por favor, não se prendam as suas promessas. 
Eu prometo entender. 
Talvez, o dia que eu estiver organizada e humana, eu volte e explique com calma pra vocês o que aconteceu.
Não agora, eu não consigo. 
Não dá.
Está um nó aqui na garganta, eu sei que vocês entendem. Vocês são humanos.
E eu sei a vontade que vocês tem agora de sair correndo e de ficarem longe disso. 
Eu também a tive. Mas vocês são humanos, não precisam ficar. 
Quem precisa de um pouco de humanidade sou eu.
Quem precisa sentir a dor que tenho fingido não ter sou eu.
Quem precisa assumir os próprios erros sou eu.
Eu vou me encontrar, prometo a vocês. 
Não prometo encontrar-me dentro de todas as expectativas, mas vou encontrar-me.
Um dia, vocês vão me entender.
E se não entenderem, tudo bem, eu amo vocês.
Amor humano, feliz ou infelizmente, mas amo.

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