Olá!

A casa é sua

domingo, 29 de dezembro de 2013

Eu sou o Samba.




Tá ouvindo?
Dezembro pode ser  um quase fevereiro pra terminar o ano bem.
A gente ouve aquela batida que o coração acompanha, que dá vontade de dançar e que é quase uma pílula do esquecimento para todos os problemas.
Pois desça aqui mais uma cerveja que meu coração já esquentou.
Vamos, vamos! Porque a vida passa rápido demais pra gente deixar tocando no rádio qualquer melodia triste, prefiro o batucar ao vivo de um bom samba.
Ah... o samba.
Esfria o que tá quente, esquenta o que tá frio.
Tudo se ajeita com ele.

sábado, 16 de novembro de 2013

Me tomo

Vadia vida louca e corrida que me chama.
Sou louca vadia que corre colorida pela rua (nua).
Sou assim, não adianta, nem deus nem o demônio podem arrancar do meu peito a palavra liberdade que me pulsa os batimentos  me arranca de toda grade, quente ou fria, limpa ou suja, só paro nas grades que me interessam.
Que me chamem de vadia, de louca e até de vida. Porque a vida se não é vadia e louca não vale a pena. Eu valho a pena.
Cada sonho que tive é vadio. Cada sorriso que dou é vadio. Cada lagrima derramada é vadia. Cada amor mais vadio. Alimento paixão pelo periférico.
Sei que isso te soa negativo, mas meu caro, não é. Negativo é deixar a vida preta e branca feito este teu caderno, cheio de promessas do porvir. Eu só tenho o hoje.
Mesmo assim, meu amor vadio te ama.
Sou porque foste ainda que não possa ser o que foste.
Sou minha, porque me tomei.
Não é ingratidão, é lição. 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Quadro

Eram dois corpos.
Dois corpos que queriam virar um só.Sabe como é, não é?
O maior dos pecados realizado passo a passo, gesto a gesto, quase que como uma pintura.
A porta se fecha e do lado de fora ficou o grande mundo, são só dois, sós no total.
A dança não tem passos ensaiados, mas nunca se viu antes alguém que se entregasse plenamente a executa-la.
Eram da mesma altura, entregues a alcançar a mesma elevação.
Os sussurros despertam cada canto do quarto e tudo, tudo cria vida. Ao menos ali, enxergam todo o espaço que aquele breve mundo pode ter.
Um beijo terno de olhos fechados que enxergam a pulsação.
A pele se ouriça, não é frio.
Não se cabem ao abraço, entregam-se como se o mundo fosse acabar dali a um segundo, é a ultima chance, a ultima.
Os olhos se encontram e com o mesmo brilho, conversam.
Já não há sussurros, os mundos misturam-se pelos sons que o pequeno mundo emite ao grande mundo, é a prova de que estão vivos e que é ali, no maior dos pecados, que enxergam a beleza disso. Eles entendem, agora entendem.
Saem de si, saem alma, gemidos, suor, vida.
Se amam e há beleza no amor.


domingo, 27 de outubro de 2013

Passaninhar

Todo coração deve sentir-se assim de vez em quando.
Por mais que o meu seja pássaro e desvie das grades que tentam impor por aí, ele sente uma vontade de te pertencer e ela é quase que incontestável, já gastei todos os meus argumentos com ele, que teima.
Eu disse a ele que sou livre... "sou um homem livre!"
Acredita que riu?
Riu de mim meu coração da forma mais maliciosa possível e eu entendi da forma mais indigesta que ele já tinha escolhido onde iria pousar desconsiderando a minha primeira afirmação.
Inventei de dizer o quanto sua decisão era perigosa, quase que como uma mãe, fui fornecendo os "ses" que ele parecia ignorar e no final tive de engolir um baixo, mas com boa dicção, "eu não ligo".
Aquele diálogo de eu comigo, aquelas convicções, eu me disse de todos os perigos e fui ignorada.
Meu coração quer te sobrevoar, quer se alimentar do seu jardim, visualizar suas cores.
Meu coração quer pousada, quer lugar, pertencimento e ser novo, de novo.
Meu coração não tem chão e voa.
E apesar de tanta insegurança, quer a inteireza de descansar as asas em teu chão.
Ponha seus olhos sobre os meus e depare-se com quem eu sou.
Saiba que meus espaços de liberdade se abrem para receber.
Dou-me por livre e espontânea autonomia. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Postulado

Existe uma frincha que de tão referta, dói.
E do meu lado queima, arde, flameja.
E do outro, chamusca.

Existe um amor que de tão forte, fraqueja.
E do meu lado hesita.
E do outro, titubeia.

Existe, há, vive.
E do meu lado vive.
E do outro, subsiste.

Fidedignas palavras que não saem.
Genuínos atos que não existem.
Efetivo amor que me mora.
E do outro, procuro lisuras. 

Versejar

A gente só precisa vomitar o que sente de vez em quando pra ver se abre espaço dentro de si e cria um pouco mais de força. Eu acho mesmo que isso deva resolver parte dos problemas.
Gosto de voltar e rever a vida feito uma novela em que eu fico tentando adivinhar qual vai ser o final, igual um filme que emociona por transparecer aquilo que se acredita.
Tem dias que fico meio assim, sei lá, querendo virar a cara pro mundo. As pessoas te pisam, cara. Elas fazem isso tão bem que quase podem alegar inocência, fazem "sem querer", sabe como é. Elas acham que porque você não as olha nos olhos as palavras não doem tanto, mas meu amigo, uma palavra maldita num dia que te empurra pro tombo acaba com tudo.
Talvez esse seja o preço do sentir apurado demais, eu sinto tudo demais, chego a pensar que vou morrer de tanto ódio ou de tanto amor ou de tanta insegurança, acho mesmo que está tudo acabado num segundo e no outro pronta para o eterno. É engraçado.
Sinto as lágrimas alheias como facas no coração e meu sorriso se abre sozinho quando vejo um monte de gente rindo. Fico pensando o que as pessoas pensam (que coisa engraçada) enquanto caminham pela rua ou quando estão paradas nos transportes públicos, fico ouvindo a música do fone do vizinho e pensando se o humor dele condiz com o que ele escuta ou se é só um disfarce pequenino pra encarar mais um dia.
Olho os casais, as mãos que andam entrelaçadas e olho também as pessoas sozinhas, eu queria só por um instante conseguir sentir o que cada uma sente.
Acho que todo mundo vive assim e pronto, é ai que me estabaco.
As pessoas estão pouco se fodendo pra o que você está pensando, meu amigo!
Querer que todo mundo seja poeta é pretensão demais, poeta, músico, filósofo, humano, qualquer coisa que se preocupe mais do que com a hora que está marcando no relógio ou com o próprio umbigo. Ah, quanta pretensão.
O mundo correndo e eu aqui querendo andar em câmera lenta.
A sensação horrível de "o que é mesmo que eu faço por aqui?"
Talvez eu só não pertença mais, não me adeque, não me afine, não me ajuste. Talvez eu simplesmente não seja. Talvez eu não rime, na verdade, eu rimo, não rimam comigo.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

4 horas


A chuva tem sido diferente esses dias aqui em São Paulo. Não me incomodo com ela, são uns pingos tão gelados que me fazem sentir um carinho divino.
Tem dias que a gente se sente sozinho mesmo.
Foda-se todas essas "necessidades", as coisas realmente deveriam deixar de acabar assim... as vezes.
Eu voltei a estaca zero, o ponto onde eu estava quando tudo isso começou.
Querer forçar seus atos soa-me tão antiquado quanto a falta que sinto deles. A ansiedade por um olhar, por um abraço voluntario que não saia de mim ou qualquer coisa assim...
Céus! Nas ultimas noites tenho acordado no mesmo horário morrendo de vontade de te ligar e dizer... nada. Eu não tenho nada a dizer e por isso não ligo. Seria só o prazer de ouvir o "sim?" e saber que sua voz estava ali comigo na escuridão. Enfim, eu não ligarei.
"Me fiz escravo do meu medo de ser".
Talvez seja a chuva, ou a insônia maldita de todas as quatro horas da manhã. Talvez sejam as músicas também, ou a infeliz vontade de partir todos os dias para a mesma estação de trem. Talvez seja mesmo ausência.
Quatro paredes. meu papel, a chuva, São Paulo.
Até as 4h.


sábado, 21 de setembro de 2013

Zelo

Nunca, sempre, tanto tempo.

Quero cuidar de ti porque, não sei explicar como, mas fazes parte de mim.
Me dói assim, no mais profundo, achar posso simplesmente acordar amanhã e ser tudo resultado de uma esquizofrenia louca, um sonho que criei como rota de fuga de tudo que eu era antes e do que a vida estava me tornando.

Tenho meus problemas, mas eu gosto de me carregar.
Fico mesmo incomodada quando alguém por ai fica me apontando que sou isso ou sou aquilo.
Não és meu, mas eu gosto de te carregar.
Fico mesmo incomodada quando alguém por ai fica apontando que és isso ou és aquilo.
És, somos, o que és, o que somos.
E eu gosto assim.

Ah, garoto, eu queria mesmo que soubesse ou sentisse ou ao menos tentasse entender o quanto eu me importo, eu realmente me importo.
Me importo tanto quanto me importava no começo, ou mais.
Me importo a ponto de não querer abrir a porta ou de quando meu abraço te sufoca querer dizer num sussurro ou num grande alarido que eu o amo tanto quanto no começo, ou mais.

E agora que pra mim tudo está no mais?
Infinito no nunca ou no sempre, infinito.

Ainda que não haja sol, que chova, que esteja frio.
Ainda que não tenha palavra ou certeza.
Ainda que não haja porém.
Eu continuo me importando, amando, zelando.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Redoma


"És para mim, única no mundo".
Sem querer que o nosso Pequeno Príncipe se torne um clichê, mas para mim és a rosa.
Porém, não posso (nem quero) tranca-la numa redoma de vidro para que sobrevivas, eu quero é que vivas e que vivas intensamente.
Nessa história, sinto-me tua raposa, tua voz chama-me para fora do buraco que eu costumo me esconder.
Minha rosa, tua raposa.

Minha rosa, não quero que te prendas na redoma, me sinto a maior das egoístas do nosso pequeno mundo com isso....
Eu quero é que sejas raposa como eu e, se não sou teu Pequeno Príncipe que possas encontrar a voz que te chama para fora, que te tira do buraco.

Se já o fui, que posso eu fazer para que me reconheças?
Será que são tantas as vozes assim que a minha sucumbe no meio de tantos outros chamados?
Só não te quero obrigada, minha rosa, a sobreviver no meu pequeno mundo, cheio de pequenas paisagens e tão grandes sensações e sentimentos.

E eu? Eu continuo raposa. 
Tua voz continua a me tirar do buraco e continuará. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sobre a morada da minha alma

É o mundo aberto que me trás fascinação e insegurança.
Quero dar-te a mão não porque não consigo andar sozinha mas porque tua companhia me é agradável.
Não aches que posso fornecer-te o segredo da vida, eu o desconheço e nem sei se ele é singular ou plural, mas quero poder almejar descobri-lo contigo, ainda que na possibilidade de pluralidade achemos sentidos diversos.
Sou mais livre quando sei que escolhi montar a casa da minha alma ao lado da tua, mesmo que a precise desmontar carregarei o sentido de boa vizinhança. Mas entenda, não quero desmonta-la. Tua rua me é agradável e as xícaras de sal e açúcar sempre me rendem boas lembranças.
Talvez eu nunca descubra como cheguei aqui, talvez eu tenha perdido da manha de desejar outra casa, a tua é demasiadamente agradável. 

sábado, 31 de agosto de 2013

Minhas Janelas

Está bem escuro aqui fora, meus olhos (minhas janelas) não se acostumam, não consigo ver sequer um esboço das coisas que estão ao meu redor.
E eu... eu só quero ir pra casa.
Onde é a minha casa?

Faz tempo que não tenho casa.
Faz tempo que eu repouso num lugar, morro um pouquinho em outro, pra depois acordar, ressuscitar e ir de novo esperar algo da vida.

Bem achei ter casa, mas eu sou o caos, eu sou o caos.
Eu o carrego comigo a onde quer eu que siga, chego e faço tanta bagunça que é melhor não ter casa.
Talvez eu seja mesmo assim, talvez eu seja nômade, doente, louco.
Talvez eu seja assim mesmo, capaz de trazer o caos transvestido de plenitude.

Deixa estar, sou eu.
Mas meus olhos (essas minhas janelas) sempre foram sinceros.
Queria que eles conversassem.
O caos é esse, meu pensamento escapa pelos olhos antes de chegar a boca, não há som.
Eu deveria fechar as janelas e fazer como todo mundo faz, usar a porta, boca-porta.

"Quando nasci, um anjo torto, desses que vivem na sombra, disse:
- Vai, Carlos! ser gauche na vida."
Ah, Drummond, sigo gauche todo dia.
Mas meus olhos (minhas janelas) são sinceros. E como são.

Ainda que eu carregue o furacão, não sou assim tão forte.
Não.. não sou.

As janelas se fecham quando o sol já aqueceu dentro da casa.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carta para o Amor

             Eu sempre preferi acreditar que pessoas como você existem, mesmo que eu não as encontre a cada esquina, ou em todo lugar, ou mesmo uma a cada mil quilômetros. Eu sempre preferi acreditar. Por isso, não tenho dúvidas do quanto eu tive sorte de achar você, de nos percebermos, de você estar no mesmo lugar que eu, de termos nos permitido viver essa história mesmo sem saber direito no que ela ia dar. Hoje, sou capaz de questionar qualquer coisa, menos a veracidade do que eu sinto ou a intensidade dos meus sentidos quando estou contigo. Você me faz sentir, nos instantes que estamos juntos, a verdadeira “vida viva” e mais do que isso, incentiva-me a busca-la todos os dias, na fé de que ela realmente pode ser alcançada (e há quem diga que eu não tenho mais fé).


            Você torna viva cada nota musical que toca no rádio. Você faz as cenas dos filmes se tornarem parte de mim. Faça frio ou calor, sol ou chuva, noite ou dia, nada, nada passa-me como insignificante quando estou do seu lado. Falta sentido na hora do adeus.

            Todas as escolhas que me levaram até você, todas as palavras que até agora foram ditas, ou não tão ditas assim. Sou grata por todas elas. Sou grata a mim e a você pelo voto de confiança que nos concedemos a cada passo que escolhemos dar para nos unirmos.

            Tem tanta coisa pra falar, tanta. Mas... quero te pedir em casamento. E por que eu? E por que agora? E por que assim?

Porque eu fiquei esperando você dizer o primeiro “eu te amo” e hoje acho que perdi tempo. Porque eu fiquei esperando você me pedir em namoro porque achava tudo recente demais. Porque se eu escrevo pra tudo, inclusive pra desengasgar as palavras que não saem, nunca saem, agora não seria diferente. Não quero todas as simbologias que esse pedido carrega. Não quero papel, testemunha, festa, branco, flores, um monte de gente pra contar história depois. Quero simples como a música do Dominguinhos... “ Não posso ficar sem você pois, viver sem você é viver pra chorar (...) Fica, meu amor, ou então me leva pra morar contigo.”
Qualquer lugar, longe ou perto, quero você aqui comigo. Eu, você e nossos livros, músicas, filmes e sonhos.

“Eu só aceito a condição de ter você só pra mim”
            A primeira mensagem, não?
Faço dela a conclusão. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

O custo sem valor

Quanto vale uma vida?
Não, perdão... Valor, não.
Quanto custa uma vida?
Custo: Despesas, desembolso, o que se paga, gasto, dificuldade, fadiga.
A vida as vezes pesa tanto que deixa de ter valor e passa a ter custo.

Custo a dormir.
Custo a acordar.
Custo a levantar.
Custo a parecer acordada.

Tudo que tem valor, não tem espaço.
Tudo que se faz com sorriso, não tem momento.
Corre no que se gosta.
Aquieta no que se pesa.

Valor riso.
Valorizo.
Que me soltem o riso.
Que se prenda o ouriço... e seus espinhos.

Levanto-me todos os dias o mesmo horário.
Levantam-me.
Acordada? Não. De olhos abertos.

Deito-me todos os dias, não no mesmo horário.
Não tem momento para isso.
Durmo? Nem cheguei a despertar.

Sonho o mundo, sonho meus sonhos.
Todos aceitamos o presente doloroso contanto que nos permita os sonhos.
Hoje, esforço.
Amanhã, também.

O sonho não chega.

Penso que, talvez, a maior tragédia dessa vida
É o tempo que a gente passa correndo atrás do vento.
E não há libertação, não há.

O despertador soou...
Não há mais tempo para palavras.
Adeus.

domingo, 7 de julho de 2013

Luta

Sinto muito mas grilhões não me servem, que caiam.
E eu, no desejo mais intimo do meu ser, não quero que eles sirvam a mais ninguém e caiam.
Tenho motivos para lutar que me levarão a frente por uma vida inteira,
Custe o que custar.

Luto por elas que usam os grilhões e não percebem,
Pois eles já se tornaram sinônimo de beleza, delicadeza.
Luto contra todos aqueles que ainda acham que submissão é uma virtude
E ensinam isso para filhas e filhos.

Luto por elas que além de presas sofrem agressões
E por todas aquelas que ainda internalizam a resposta "a culpa é minha".
Luto por poder sair na claridade do dia e na escuridão da noite
Sem medo de estar desacompanhada.

Luto por ser companheira e não uma serva.
Luto por igualdade e não superioridade.
Luto por nós, luto por todas e todos.

Luto por todas que usam os grilhões em dose dupla,
Aqueles que deveriam ter sido extintos em 1888 e pelos que estão nelas e em mim
Desde que o mundo é mundo.

Luto por elas que se deram conta dos grilhões
E que amam, amam, amam.
Amam outras elas e que por amar sofrem.

Luto por elas que nasceram elas
Mas que o mundo insiste em dizer que são outros.

Luto por elas, por mim, por nós.
Eu luto.






sexta-feira, 31 de maio de 2013

Do hoje



De tanto me construir e destruir hoje sei que é os erros e acertos que me formam quanto humana.
O ontem se foi e deixou um legado ao hoje: me supere.
E assim os dias vão correndo...
Será que todo mundo já entendeu a diferença de viver e sobreviver?
E a diferença da briga e da luta?
E o espaço que há entre conviver e cativar?

Sabe... o tempo passa, corre, voa, se esvai.
O que eu pensava que seria, não foi.
O que jurava não querer, acabei por ter.
A vida não segue padrões, a sobrevivência que gosta de scripts.

Hoje é um daqueles dias que o ar tem aroma de liberdade,
Que dá vontade de abraçar o mundo com tanta força só pra dizer que amo o fato de estar viva.
Saudade de você, meu amor, saudade do teu abraço que me tira o folego,
Você é a minha maior expressão de liberdade.

Vamos andar por ai, ver estrelas e sorrir.
Que ninguém nos trave o riso.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Aos guardas


O meu espírito é maior que o meu corpo.
O meu espírito é maior que a minha casa.
O meu espírito é maior que meus ideais.
Ele simplesmente é maior, tão maior que espreme-se em mim e dá gritos de prazer e dor oscilados e desmedidos.

Ele brada explosões de rebeldia que não se justificam aos olhos dos guardas.
Afinal, quem guarda, zela ou aprisiona?
E quem define a linha tênue que divide isso?
Eu tenho dispensado todos os guardas-zeladores que vigiam meu espírito preso.
Estão todos dispensados! O trabalho de vocês já foi concluído.

Eu cumpri minha pena, meu espírito cumpriu comigo.
Daqui pra frente, não há mais o que prender, perder ou zelar.
Não há mais o que mudar, espírito que foge uma vez, fugirá sempre.
Os ataques de rebeldia tornar-se-ão frequentes, o trabalho dos guardas será desgastante.
Desgastante e desnecessários. Inúteis.

Por favor, eu não estou perdida!
Se eu cair não passarei do chão.
Não há feridas que não cicatrizem,
Não há dor que não ensine,
Não há medo de queda que compense perder os devaneios da vida.

Se vocês escolhem poupar-se dos devaneios e viver atrelado ao medo.
Não me obriguem a fazer o mesmo!
Não quero culpar a vida, o destino, o acaso ou os guardas por viver uma vida medíocre.
Não quero viver de "ses".

Um cadeado enferrujado se dobrará ao meu espírito.
Eu vejo. 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O silêncio x O sonho

Qualquer caminho.
Qualquer lugar.
Desque fora de mim.

Tudo parece distante quando o silêncio decide chegar.
Ele entra mesmo que me negue a ceder espaço para ele.
Chega, entra e dói.
Ele afasta tudo!
As estrelas vão iluminar outro céu qualquer,
O mar regressa,
O porta-retrato fica opaco e minha cabeça dói.

Nada consegue conter o silêncio ou conviver com ele.
Nem eu.
Minha alma fica procurando brechas para sair.
Não o suporto!

De luz apagada vou inventar um sonho,
Meus olhos projetam, o teto é tv e o vento se faz trilha sonora.

O silêncio não compete com o meu imaginar.
Ele sabe que perde, sempre perde.
Ninguém pode com um sonho.

No sonho, as estrelas voltam,
O mar avança, o porta-retrato cria vida
E fico tonta.

Tudo estará de pé amanhã. 

Para além da lógica


De calmaria a tempestade em alguns segundos. 
Alguém já usou alguma frase assim pra definir um romance? 
Pois bem, eu usei. 
De onde tiraram a ideia que a tempestade é unicamente ruim? 
Tempestade, pra mim, é movimento, é ação, renovação.
E calmaria? É a tal da "paz que invadiu o meu coração de repente me encheu de paz..." que alguém canta por ai. 
Somos assim.


Nota como como somos confusos? 
Como posso ser racional e explosiva ao mesmo tempo? 
Como pode ser emocional e calmo junto comigo?
Não faz sentido... Não fazemos o menor sentido! 


Aliás, várias coisas não fazem sentido nesse romance. 
Até ontem, eu tinha decidido parar de acreditar em amores românticos. 
Até ontem, eu tinha parado de associar música a pessoas.
Até ontem, eu queria lutar sozinha por tudo que eu acredito. 
Até ontem... hoje não. 


Você chegou, parecendo a vida me dando olá e dizendo "as coisas nunca são como a gente espera, bobinha" e fez um verdadeiro reboliço dentro de mim. Resolveu provar que as coisas simples ainda fazem sentido pra algumas pessoas no mundo, que é verdadeiramente bom sentir que está enrubescendo da forma mais graciosa possível, que vale a pena sentir-se adolescente quando em vez, que nada muito sério consegue  ficar sem sorriso. 

O que fazer pra não permitir que se vá? 
Posso pedir que não vá?
Eu escolhi ficar aqui e acreditar que a vida pregou a peça mais bonita na gente.
Acabei por conhecer o lado bom dessa menina, a vida, que devia estar esperando o momento certo de sacar suas surpresas boas da bolsa e ir soltando-as todas de uma vez. 

Mas que se dane se isso por só um pico de felicidade! Seria capaz de suportar as tristezas mais profundas desde que você, sim, você esteja aqui. 
Que pelo menos você, seja aquela surpresa sem prazo de validade, imperecível, permante, meu, sem devolução ou troca. 

Porque você, anjo, me faz querer o infinito, buscar as estradas mais distantes, as clareiras mais abertas e os gostos mais doces. 
Porque você, anjo, faz todos os riscos serem menores que a vivacidade da loucura.
Apenas me sinto viva e isso já é tão suficiente. 

Eu amo você. Adoro você. Quero você. Sou de você. 
Segue...





segunda-feira, 6 de maio de 2013

Fora do tempo

Qual o sentido do tempo?
Não há mais.
Deixou de existir.
Foi-se.
Foi-se desde que as noites transbordaram e se misturaram com os dias mais claros. Desde que eu não me importo mais com o clima lá fora, aqui sempre está quente. Desde que você chegou aqui.
Dei pra sonhar.
Posso ficar dias sem alimentar-me com nada, além de você.
Me deixei ficar. Não soube dizer "não", na verdade, nem o quis. Ouvi-me como jamais me permiti antes.
Me diz, como querer sair daqui?
Se nunca uma prisão me pareceu tão boa, se daria a chave da solução do mundo para que não me deixes sair daqui e me ate a você.
Teu cheiro é inebriante, teu corpo atordoa.
Como foi que chegamos aqui mesmo?
Devagar, depressa, devagar, depressa.
Qual o significado disso?
Nos desatemos do tempo, deixe estar, deixe-me estar, aqui ou em qualquer outra prisão, "prisão livre".
Contrariedade sempre rimou com liberdade. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Meio bom, meio mau.


É tanto sol lá fora que dá vontade de amanhecer-se em si.
Hoje acordei mais cedo, quis ver o dia correndo, as nuvens passando, o vento mudando de direção.
Botei meu óculos escuro, fui andar pela avenida, tanto prédio, tanta gente, tanta coisa e pressa.
Fixei-me a olhar pra frente, vi teu sorriso, mudou-se para dentro de mim com tanta pressa que não pude evitar, fiquei sem chão.
Teu cheiro sorri e sobrepõe-se a selva de pedra, és meu.
Danço entre pensamentos, meus lábios sorriem, meus olhos brilham e as palavras tuas soam para mim com toda a malemolência de um conquistador barato.
Mas quero-te assim mesmo. Meio bom, meio mau, mau no boníssimo sentido que se pode ser.
Se suas palavras dançam sobre mim, deixo que as minhas dancem sobre você.
Vamos dançar? Que saiam as palavras e entremos nós.

sábado, 20 de abril de 2013

Ao amor simples

Os lábios quentes tornam a encontrar-se no frio incessante de São Paulo.
A noite decidiu colaborar com os abraços e os olhos continuaram conversando, ainda que fechados.
Eles dançavam, seus corações agitaram-se de tal forma que qualquer um que passasse notaria a dança. Ninguém passou. A noite também cuidou para que ninguém os atrapalhassem.
Tudo exalou poesia porque tinham silêncio.
A decisão de não se soltarem já estava tomada, ainda que seus corpos precisassem se separar.
Ela era dele, ele era dela. E isso não precisava ser dito.
O tal do amor decidiu mostrar que existia e com tanta simplicidade traduziu em atos o que os mais antigos poetas tentaram descrever por palavras e o que a pobre autora deste texto sempre tentou aproximar-se.
O tal do amor prega peça, sem esforço nenhum, apenas chegando e se instalando, simples.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Microconto II

 Ela e o silêncio, percebeu que estava só. Foi devorada. 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Do alto

O quão pequenos devemos ser para o Alguém que vive lá em cima...
Somos como formigas, sim, talvez ainda menores do que elas.
É como se num pequeno sopro todos nós fossemos sair voando para além do além.
Tudo pode ser tão trivial quando pensamos que somos pó e que o nosso vizinho é pó, os que se cruzam nas ruas são pó, todos somos apenas pó.
Tudo poderia seria facilmente resolvido se enxergássemos além das nuvens que não passam de vapor de água, nada mais, apenas limpemos as lágrimas do mundo e elas deixarão de existir.
Que possamos dar as mãos para que assim nossos elos sejam mais fortes, que o mundo se abrace para que caia a chuva que renove, que seja lá quem for que nos olhe, ache que somos mais inteligentes que as formigas e não nos machuque.
Mas principalmente... que paremos de nos machucar. 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sonhei

"Sonhos são associações de imagens, frequentemente desconexas ou confusas." 



Sonhei que o dia estava frio. Eu sai de casa disposta a me aventurar, vestia um longo casaco preto, mas sem luto, carregava um longo sorriso no rosto. De repente me vi no mesmo lugar, outro dia, outro clima, estava eu de branco, muito mais leve do que antes, meu sorriso ainda estava lá e quando saí, talvez estivesse nas nuvens, talvez embriagada, apenas não sentia o chão. Dei-me conta de que não caí porque alguém me segurava, era meu anjo, eu tinha certeza.

Não me dei conta do tempo passando, um dia tornou-se uma hora quando o anjo ali estava, quando ele ia, um dia tornava-se mil anos.

O anjo me mostrou alguns detalhes da vida, que antes, eu jamais teria reparado ou me deixado estar.
No lugar onde as pessoas só passam correndo, sentei-me ao lado do anjo e Deus, por alguns instantes, nos olhou. (Não se preocupe, Criador, seu anjo tem feito um bom trabalho)

O anjo ia e voltava, os dias corriam dentro do sonho, mas a figura do anjo não me deixava, nem seu calor ou seu cheiro, apenas sua figura física não estava ali.

Quando reapareceu, trouxe-me outro sorriso longo, outro palpitar no coração. Sentamos novamente no meio da correria, era noite, no céu havia estrelas, bem me lembro, era como se Deus tivesse colocado como platéia, as estrelas...

Fui e voltei em pequenos devaneios quando o anjo disse que resolveu ficar e andar comigo, dançar comigo, estar comigo.

Percebi que não mentia e que era um anjo quando declarou-me seu amor.

O sonho ainda não acabou...
Não tenho pressa que acabe.
Sonho que me deixou perto de um anjo, que me trouxe mais perto de Deus que me deixou de platéia um infinito de estrelas, outro bocado de nuvens, o sol e a lua e todos mais que giravam enquanto estávamos lá.

E estamos. 

domingo, 31 de março de 2013

Desbravar

Boa noite, andei tendo pesadelos, lembranças de um passado que eu quero esquecer, confusões que me fazem refletir sobre em que caminho, ao certo, estou.
Tenho pedidos a serem feitos, clichês como todos os anteriores e que nem sempre sairão com palavras, na maioria das vezes, não.
"Insegurança" é a palavra da noite, o céu está bem nublado lá fora e eu só queria ver as estrelas, o vento está bem frio também, não acha? Essa blusa não está resolvendo nada.
Vou sair amanhã cedo, bem cedo, "partindo para o desconhecido", que exagero, não?
Me sinto desbravando o mundo, me sinto desbravando o meu interior também, é ele que mais assusta.
Ideais estão no meu travesseiro, eles fazem barulhos na minha orelha todas as noites, vou leva-los amanhã, quem sabe reconstruir alguns deles, esquecer outros, firmar alguns mais.
Dentro da mala também vai seu rosto.
Se meu passado vier me assombrar de novo, vou tirar de dentro da mala o seu sorriso e lembrar que eu não estou mais sozinha.
Na bagagem de mão estou levando canções, todas alegres, elas evocam coisas boas e espantam qualquer maldade.
Vou indo, falando a língua do coração e certa de que as pessoas me entenderão.
Vou indo, sabendo que vou voltar e que tem gente me esperando, que você está me esperando.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Caturrando



Vejamos o nascer ou o pôr do sol pelo menos uma vez por mês daqui pra frente e até o fim das nossas vidas, tudo bem?
Ouvir músicas boas para nós também, mas quem sabe, pelo menos uma vez ao dia.
Afinal, música é quase essencial, como comer, beber, dormir e entre tantas outras coisas.
Podemos também ver filmes que ninguém mais presta atenção? Velhos, novos, qualquer filme, desde que se finde a temporada "ver filme sozinho".
Podemos discutir sem brigar? Podemos praticar a escuta?
Quem sabe conversar sobre coisas triviais e coisas sérias sem ter que ficar olhando o relógio ou se distraindo com programas de TV?
Silêncio, ah, é mesmo o silêncio.
Podemos ficar em silêncio? Os olhos também falam, não falam? As vezes falam melhor e mais bonito que nós...
Queria fazer um zilhão de perguntas que permitissem que o tempo infinito ainda se mostre pouco diante delas e que sendo assim, elas o obrigassem a ficar, responder e pensar diante dos meus olhos.
Não sendo possível, torço para que o mesmo que trouxe-o aqui deixe-o ficar.
Com perguntas ou sem, apenas fique.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Reflexão de uma passageira


Siga em frente! Sempre em frente!
Olha pra trás não vai mudar a estrada que passou.
Então siga em frente.
Você encontrará bifurcações em que terá de escolher pra que lado ir, mas você não está mais sozinho.
Seja pra que lado escolher, apenas tenha certeza disso.
Se tiver de parar, pare, melhor que cometer insanidades.
Se tiver de correr, corra e sinta quanto vale a vida.
Mas lembre-se, não está sozinho.

É difícil de entender como encontramos um passageiro.
Tudo é individual, tudo.
Ai surge um passageiro e ficamos pensando o quão real ele é.
Será um fantasma?
Minha sombra?
Um devaneio?
Não é um passageiro.
Mais difícil ainda entender porque ele não vai embora, se deixa ficar, entrar em caminhos errados, correr, parar, demorar, apenas está lá e isso faz toda a diferença.

Deveríamos todos nos tornar passageiros.
Mas o mundo é individual.
Feliz quem se permite ser passageiro.
Siga sempre em frente, se você tem um passageiro, não está mais sozinho.

terça-feira, 19 de março de 2013

Durando, perdurando




Temos o sol acima de todas as nuvens escuras. 
Como pude me esquecer disso por alguns momentos? 
Vi o sol no meio do dia cinza, juro que vi, ninguém mais viu, só eu, acredite em mim. 
Vi a diferença e meus pedidos simples, feitos ao céu, serem respondidos por alguns instantes...
Que perduram...
Que perdurem...
A calma, a luz, que dure.





quinta-feira, 14 de março de 2013

Loucura



Sabe... tem muita gente normal por ai, gente que repete todos os dias a mesma rotina e tal.
Todos acabamos um pouco presos a isso, afinal, neste século quem é que foge da rotina?
A diferença está na loucura, o mundo seria melhor se todos nós fossemos loucos, louquinhos.
Eu aqui, acostumada a ter de guardar toda a minha loucura colorida perto dos escravos da rotina, acabei por achar um outro louco colorido por ai.
A gente sempre se esconde perto dos normais, sempre. Sempre nos fingimos de sérios, centrados e frios. E foi assim que eu descobri o louco por ai, louco que é louco se ofende quando o chamam de normal.
Eu o chamei.
Desde então descobri o quão feliz é o louco disfarçado de normal.
O quão juntos estaríamos se o mundo fosse tão louco como nós.
E o quanto eu fujo disso insistentemente, afinal, foram tantos os normais incapazes de entender todo o festival de cores (escuras e claras) a dançar dentro de mim.

Loucos, louquinhos seremos.
Que um dia o louco colorido se dispa de sua cara normal diante de mim e diga que a minha loucura é parecida com a sua e que por isso, escolheu andar ao meu lado no mundo da rotina e no nosso mundo. 

sexta-feira, 8 de março de 2013

8 De Março


No que se transformou o dia 8 de março de 2013?
O que você, mulher, está esperando desse dia além dos "parabéns"?
O que você, homem, está pensando quando deseja isso a sua esposa, namorada, amiga, colega ou mesmo alguém que você costuma não dar nem bom dia, mas hoje, por educação, resolveu dar parabéns? Super normal.

Se os parabéns que você recebeu ou desejou é por toda nossa feminilidade, nosso poder de ter filhos, de cuidar da casa e deixar ela super arrumadinha, por favor, pare por aqui. 

Dia 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, é um dia de luta, faz 156 anos que mulheres morreram dentro de uma fábrica, queimadas, lutavam por igualdade.
E enquanto essa igualdade não tiver sido alcançada, hoje não é dia de comemoração, só se comemora o que já se conquistou. 

Dia 8 de Março é dia de lembrar que a cada 15 segundos uma mulher é agredida por um um homem no Brasil. (Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, quatorze, quinze, AGRESSÃO.) Violência que muitas vezes partem dos parceiros.

Dia 8 de Março é dia de lembrar para nós, mulheres, que não importa a roupa que estamos usando, o quão lúcida estamos, ninguém tem o direito de invadir o nosso espaço sem que tenha nossa permissão. Dia de lembrar para os homens que uma mulher não é propriedade dele, inferior a ele e  não deve demonstrar submissão independente do estilo de vida que ela leve. Dia de olharmos no dicionário o que significa a palavra NÃO.

Dia 8 de Março é dia de lembrar que não somos uma massa de bolo homogênea,  que somos lindas magras, altas, gordas, baixas, com maquiagem, sem maquiagem, de unhas feitas, de salto, de tênis, de chinelo e não importa quem tente nos convencer do contrário.

Dia 8 de Março é dia de lembrar que não assinamos nenhum contrato dizendo que cuidar dos filhos, limpar  a casa, fazer compras é só nossa obrigação.

Dia 8 de Março é dia de lembrar que nós temos desejo sexual e não somos menos gente por isso, que sentimos calor e que usar short não é um convite, é calor mesmo.

Dia 8 de Março é dia de dizer a um homem que levar uma cantada é extremamente desagradável e fazer das nossas respostas um costume.

Dia 8 de Março é dia de LUTA contra o Patriarquismo e não dia de FIRMA-LO.



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Eu sou assim mesmo, sabe, não tem jeito

Eu sou assim mesmo, sabe, não tem jeito.
Fico indignada com o mundo ao mesmo tempo que o amo de forma desvairada.
Adoro o sol mesmo que ele me dê dor de cabeça.
O nervosismo me pega quando falam de alguma coisa que não conhecem de forma preconceituosa, discuto esquecendo de quem é o interlocutor, não é por mal, muito pelo contrário, é pelo bem, não ter preconceitos só podem deixar uma pessoa melhor!
Gosto do vento e de quando ele me arrepia a pele.
Gosto de ler coisas que vou me lembrar depois, gosto de escrever coisas que me esvaziem a angústia, o amor e as dúvidas.
Sou assim mesmo, sabe, não tem jeito.
Sou mulher e não acho isso ruim, discuto com quem o acha, me dou o direito de amar, tocar, socar, falar palavrão, beber e fazer bobagens e quem faz mais bobagens que eu, parabéns!
Sou grossa algumas vezes, não tenho paciência o tempo todo, não tenho paciência, não me dou bem com ciúmes, ele me angustia antes de traição, eu sou traída pelos ciúmes e isso não tem nada a ver com ninguém, só comigo, eu sou ciumenta, independente de pra quem isso se direciona.
Eu durmo pra não ter que explicar porque estou distante, de cara feia ou chorando.
Eu invento dores físicas pra não ter que explicar o que dói por dentro, quando os dois inventam de doer, eu durmo muito mais.
Eu ouço músicas que me tocam a pele e a alma, eu danço quando não tem ninguém olhando, eu dou risada de mim e sinto raiva de mim.
Eu sou assim mesmo, sabe, não tem jeito.
Além do vento, letras e cenas também me arrepiam.
Sou romântica, ah que droga, sou sim. Espero palavras que não chegam, flores que não nascem, abraços apertados e confortáveis, que não errem, que me passem segurança no meio de toda a insegurança.
Sou uma comédia, perco horas lembrando de momentos engraçados e morro de rir como se eles estivessem acontecendo naquele momento, dou risada de coisas que ninguém mais entende, eu gosto de rir até a barriga doer, acho que a graça está nisso.
Eu sou assim mesmo, sabe, não tem jeito.
Mas não sou assim por mal ou por bem, simplesmente sou e não sei até que ponto isso é bom ou ruim, mas não sei me concertar.
Aceito aceitações, compreensões e um pouco de romantismo pra deixar meu eu mais desse jeito.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sem eu-lírico

Eu realmente gosto de você.
A frase termina com um ponto final porque infelizmente não tenho mais o que dizer e esse texto poderia terminar aqui.
Mas o que eu realmente queria poder falar é que: Eu realmente gosto de você, mas preferiria não gostar.
Maldita diferença que um ponto e uma vírgula tem na vida real.
As claves de diferença entre o que eu espero e o que é, em alguns momentos doem no fundo da alma, como eu não a vejo, a dor chega na boca do estômago, como um soco bem dado justamente na hora da fome e o oco que está dentro de você parece que faz a dor latejar mais forte.
Por que mesmo a perfeição não existe?
Malditos sejam os livros de romance, todos eles!
Maldita seja a imaginação que me rende algumas palavras, ela toda!
Por que ao invés de um doce afago no final do dia, seus problemas superam qualquer vestígio de bem-querer e sucumbi no frio de toda a indiferença?
Por que as palavras que diz, algumas vezes não vão de encontro com o que costuma fazer?
Por que, quando em vez, tenho a sensação de ser apenas outro fantoche que leva as agulhadas de uma noite mal dormida sua?
Serão esses os momentos em que a realidade cai em mim e ela dói na boca do estômago acostumado a receber o manjar doce da imaginação que sonha com desfechos tolos para uma história naturalmente torta?
(Meus textos nunca são curtos quando falo de você...)
Como queria poder evocar um eu-lírico poderoso, inventar mais uma história nos moldes de sempre, deixar alguém ler e se perder por entre as linhas e encontrar-se estasiado. Não dá.
Tenho ânsia de conseguir feri-lo nos momentos em que meu estômago dói, porém ele puxa as palavras pra dentro e as tranca, talvez elas só devam doer em mim. Depois da anestesia das palavras, a dor passa, não consigo mais feri-lo.
Que eu crie coragem ou muros que me livrem ou escondam ou amenizem as tuas manias.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Para a luz distante

Sinto falta do que não foi, não existiu, chegou na porta mas não deixou-se entrar.
Sinto medo do que passou, do que passa, do que passará.
Queria te vislumbrar em toda coragem de luta, antes de luta pelo mundo, luta por tua liberdade.
Estou longe demais para isso...

Conseguir um sorriso nascente, crescente, no canto de tua boca já me é realizador.
Pensar e falar bobagens, fazer graça, rir das graças do mundo torna-se fácil.
Acho que a tua luz prospera para minha brilhar também.
Tantas realizações, ver teus passos ainda que de longe e vibrar baixinho e escondida por elas.

Seja luz em vida e ilumine-me.
Seja força na luta e encoraje-me.
Seja perto, ainda que distante e dê-me esperança.
Quero estar contigo...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Eu-comigo

- Bom dia, como se sente hoje?
Percebi que era um diálogo de eu-comigo.

- O dia amanheceu notoriamente nublado, amanheceu com sensação de "deveria ficar na cama por mais tempo, até amanhã quem sabe". Odeio a impotência diante do tempo que nos faz levantar e viver independente do quão dispostos estamos pra isso.

- Hum... que mais?

- Já percebeu  que as vezes você acorda para o futuro, as vezes você acorda para o passado?
Hoje eu acordei para o passado e para o futuro.
O que eu poderia ter feito antes que tornaria meus dias hoje melhores?
O futuro se mostra como o dia de hoje, nublado e preguiçoso. Sem perspectivas. Apenas a ruim sensação de que vou estar como todo mundo. Da onde foi mesmo que eu tirei a brilhante ideia de que seria diferente?
Tem dias que a gente acorda pra sonhos, tem dias que a gente acorda pra pesadelos.
Hoje eu acordei pra nenhum dos dois. Tenho tanto sonho que as vezes perco a noção da realidade, quero correr atrás deles, sabe? Mas agora não dá, nem sei se vai dar. Tem sonho que depende de mim, sonho de depende dos outros, sonho que depende de mim e de mais gente, sonho pra tudo quanto é gosto. Mas tem dias que eles recebem alguns banhos de água fria, acho que hoje eu devo ter sonhado que estava no meio do Alaska, eles acordaram meio congelados.

- Sei... mais alguma coisa?

- Não sei... hoje eu queria poder estar contando isso pra mais alguém... Que não fosse eu mesma, sabe, meu reflexo no espelho. Nada contra, estou sendo muito prestativa ao estar me ouvindo, mas falar com voz pra outros ouvidos funciona melhor...

- Sério?

- Você ouviu tudo que eu disse antes?

- Algumas partes, estava olhando algo intrigante no espelho.

- Ótimo, e o que era?

- Nada importante...

Quando nem eu me escuto mais.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O ar acima de nós

Há um ar que não foi contaminado pelo pesar de todos os erros.
Há um vento que sopra constante e iminentemente sobre mim, sobre você, sobre todos nós,
Sempre quando a vida começa a perder o sentido,
A brisa suave ou o vento impetuoso chega.

Para nossa busca por liberdade, sempre ouvimos o ruído e pergunta "Você quer ser livre?"
E se tanto a buscamos, por quê temos medo de responder ao tal ruído?
Para nossa busca por alegria, sempre ouvimos o ruído fazendo uma nova pergunta "Você quer ver o horizonte?"
E se tanto queremos sair do lugar que nos limita, por quê escolhemos nossas prisões?

Tenho que dizer que o vento não vai embora, ele não parará de soprar e perguntar ainda que insistamos em não responde-lo.
Ele só existe porque não vive sem nós, independente de ignorarmos suas perguntas e suas saídas.
Ainda que escolhamos os nossos labirintos, a saída está no vento.
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