Olá!

A casa é sua

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

4 horas


A chuva tem sido diferente esses dias aqui em São Paulo. Não me incomodo com ela, são uns pingos tão gelados que me fazem sentir um carinho divino.
Tem dias que a gente se sente sozinho mesmo.
Foda-se todas essas "necessidades", as coisas realmente deveriam deixar de acabar assim... as vezes.
Eu voltei a estaca zero, o ponto onde eu estava quando tudo isso começou.
Querer forçar seus atos soa-me tão antiquado quanto a falta que sinto deles. A ansiedade por um olhar, por um abraço voluntario que não saia de mim ou qualquer coisa assim...
Céus! Nas ultimas noites tenho acordado no mesmo horário morrendo de vontade de te ligar e dizer... nada. Eu não tenho nada a dizer e por isso não ligo. Seria só o prazer de ouvir o "sim?" e saber que sua voz estava ali comigo na escuridão. Enfim, eu não ligarei.
"Me fiz escravo do meu medo de ser".
Talvez seja a chuva, ou a insônia maldita de todas as quatro horas da manhã. Talvez sejam as músicas também, ou a infeliz vontade de partir todos os dias para a mesma estação de trem. Talvez seja mesmo ausência.
Quatro paredes. meu papel, a chuva, São Paulo.
Até as 4h.


sábado, 21 de setembro de 2013

Zelo

Nunca, sempre, tanto tempo.

Quero cuidar de ti porque, não sei explicar como, mas fazes parte de mim.
Me dói assim, no mais profundo, achar posso simplesmente acordar amanhã e ser tudo resultado de uma esquizofrenia louca, um sonho que criei como rota de fuga de tudo que eu era antes e do que a vida estava me tornando.

Tenho meus problemas, mas eu gosto de me carregar.
Fico mesmo incomodada quando alguém por ai fica me apontando que sou isso ou sou aquilo.
Não és meu, mas eu gosto de te carregar.
Fico mesmo incomodada quando alguém por ai fica apontando que és isso ou és aquilo.
És, somos, o que és, o que somos.
E eu gosto assim.

Ah, garoto, eu queria mesmo que soubesse ou sentisse ou ao menos tentasse entender o quanto eu me importo, eu realmente me importo.
Me importo tanto quanto me importava no começo, ou mais.
Me importo a ponto de não querer abrir a porta ou de quando meu abraço te sufoca querer dizer num sussurro ou num grande alarido que eu o amo tanto quanto no começo, ou mais.

E agora que pra mim tudo está no mais?
Infinito no nunca ou no sempre, infinito.

Ainda que não haja sol, que chova, que esteja frio.
Ainda que não tenha palavra ou certeza.
Ainda que não haja porém.
Eu continuo me importando, amando, zelando.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Redoma


"És para mim, única no mundo".
Sem querer que o nosso Pequeno Príncipe se torne um clichê, mas para mim és a rosa.
Porém, não posso (nem quero) tranca-la numa redoma de vidro para que sobrevivas, eu quero é que vivas e que vivas intensamente.
Nessa história, sinto-me tua raposa, tua voz chama-me para fora do buraco que eu costumo me esconder.
Minha rosa, tua raposa.

Minha rosa, não quero que te prendas na redoma, me sinto a maior das egoístas do nosso pequeno mundo com isso....
Eu quero é que sejas raposa como eu e, se não sou teu Pequeno Príncipe que possas encontrar a voz que te chama para fora, que te tira do buraco.

Se já o fui, que posso eu fazer para que me reconheças?
Será que são tantas as vozes assim que a minha sucumbe no meio de tantos outros chamados?
Só não te quero obrigada, minha rosa, a sobreviver no meu pequeno mundo, cheio de pequenas paisagens e tão grandes sensações e sentimentos.

E eu? Eu continuo raposa. 
Tua voz continua a me tirar do buraco e continuará. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sobre a morada da minha alma

É o mundo aberto que me trás fascinação e insegurança.
Quero dar-te a mão não porque não consigo andar sozinha mas porque tua companhia me é agradável.
Não aches que posso fornecer-te o segredo da vida, eu o desconheço e nem sei se ele é singular ou plural, mas quero poder almejar descobri-lo contigo, ainda que na possibilidade de pluralidade achemos sentidos diversos.
Sou mais livre quando sei que escolhi montar a casa da minha alma ao lado da tua, mesmo que a precise desmontar carregarei o sentido de boa vizinhança. Mas entenda, não quero desmonta-la. Tua rua me é agradável e as xícaras de sal e açúcar sempre me rendem boas lembranças.
Talvez eu nunca descubra como cheguei aqui, talvez eu tenha perdido da manha de desejar outra casa, a tua é demasiadamente agradável.