Olá!

A casa é sua

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Eu-comigo

- Bom dia, como se sente hoje?
Percebi que era um diálogo de eu-comigo.

- O dia amanheceu notoriamente nublado, amanheceu com sensação de "deveria ficar na cama por mais tempo, até amanhã quem sabe". Odeio a impotência diante do tempo que nos faz levantar e viver independente do quão dispostos estamos pra isso.

- Hum... que mais?

- Já percebeu  que as vezes você acorda para o futuro, as vezes você acorda para o passado?
Hoje eu acordei para o passado e para o futuro.
O que eu poderia ter feito antes que tornaria meus dias hoje melhores?
O futuro se mostra como o dia de hoje, nublado e preguiçoso. Sem perspectivas. Apenas a ruim sensação de que vou estar como todo mundo. Da onde foi mesmo que eu tirei a brilhante ideia de que seria diferente?
Tem dias que a gente acorda pra sonhos, tem dias que a gente acorda pra pesadelos.
Hoje eu acordei pra nenhum dos dois. Tenho tanto sonho que as vezes perco a noção da realidade, quero correr atrás deles, sabe? Mas agora não dá, nem sei se vai dar. Tem sonho que depende de mim, sonho de depende dos outros, sonho que depende de mim e de mais gente, sonho pra tudo quanto é gosto. Mas tem dias que eles recebem alguns banhos de água fria, acho que hoje eu devo ter sonhado que estava no meio do Alaska, eles acordaram meio congelados.

- Sei... mais alguma coisa?

- Não sei... hoje eu queria poder estar contando isso pra mais alguém... Que não fosse eu mesma, sabe, meu reflexo no espelho. Nada contra, estou sendo muito prestativa ao estar me ouvindo, mas falar com voz pra outros ouvidos funciona melhor...

- Sério?

- Você ouviu tudo que eu disse antes?

- Algumas partes, estava olhando algo intrigante no espelho.

- Ótimo, e o que era?

- Nada importante...

Quando nem eu me escuto mais.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O ar acima de nós

Há um ar que não foi contaminado pelo pesar de todos os erros.
Há um vento que sopra constante e iminentemente sobre mim, sobre você, sobre todos nós,
Sempre quando a vida começa a perder o sentido,
A brisa suave ou o vento impetuoso chega.

Para nossa busca por liberdade, sempre ouvimos o ruído e pergunta "Você quer ser livre?"
E se tanto a buscamos, por quê temos medo de responder ao tal ruído?
Para nossa busca por alegria, sempre ouvimos o ruído fazendo uma nova pergunta "Você quer ver o horizonte?"
E se tanto queremos sair do lugar que nos limita, por quê escolhemos nossas prisões?

Tenho que dizer que o vento não vai embora, ele não parará de soprar e perguntar ainda que insistamos em não responde-lo.
Ele só existe porque não vive sem nós, independente de ignorarmos suas perguntas e suas saídas.
Ainda que escolhamos os nossos labirintos, a saída está no vento.
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