Olá!

A casa é sua

sábado, 31 de agosto de 2013

Minhas Janelas

Está bem escuro aqui fora, meus olhos (minhas janelas) não se acostumam, não consigo ver sequer um esboço das coisas que estão ao meu redor.
E eu... eu só quero ir pra casa.
Onde é a minha casa?

Faz tempo que não tenho casa.
Faz tempo que eu repouso num lugar, morro um pouquinho em outro, pra depois acordar, ressuscitar e ir de novo esperar algo da vida.

Bem achei ter casa, mas eu sou o caos, eu sou o caos.
Eu o carrego comigo a onde quer eu que siga, chego e faço tanta bagunça que é melhor não ter casa.
Talvez eu seja mesmo assim, talvez eu seja nômade, doente, louco.
Talvez eu seja assim mesmo, capaz de trazer o caos transvestido de plenitude.

Deixa estar, sou eu.
Mas meus olhos (essas minhas janelas) sempre foram sinceros.
Queria que eles conversassem.
O caos é esse, meu pensamento escapa pelos olhos antes de chegar a boca, não há som.
Eu deveria fechar as janelas e fazer como todo mundo faz, usar a porta, boca-porta.

"Quando nasci, um anjo torto, desses que vivem na sombra, disse:
- Vai, Carlos! ser gauche na vida."
Ah, Drummond, sigo gauche todo dia.
Mas meus olhos (minhas janelas) são sinceros. E como são.

Ainda que eu carregue o furacão, não sou assim tão forte.
Não.. não sou.

As janelas se fecham quando o sol já aqueceu dentro da casa.

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