Olá!

A casa é sua

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sebastião

"O mundo é bão, Sebastião!
O mundo é teu, Sebastião!" 
A gente amanhece cantando pro sol e dorme jurando pra lua.
Só acredito em ciclo novo quando o velho bate em retirada, mas eu ainda estou carregada dos meus velhos fantasmas do passado.
Acho engraçado que meu corpo avisa quando não tá dando mais pra aguentar o peso das palavras e dá aquele aperto entre o coração e a boca do estômago dizendo "FALA! O ar vai te faltar!". Faz um tempão que eu escrevo e rasgo, escrevo e rasgo, escrevo e rasgo, me rasgo e não escrevo.
Sabe, eu não lembro bem porquê perdi o medo do escuro... Ou foi porque eu percebi que a escuridão sempre chega, senta e vai embora ou porque foi daí que eu fui perdendo a fé. A gente sempre tem aquele pedido que faz no escuro do quarto, da alma, do peito, que de tanto repetir, desistiu que aconteça. Pois bem, eu ando no escuro.
Tem o degrau também, na verdade não tem mais degrau. Mas eu ainda passo com cuidado nessa parte da casa porque é como se ele ainda estivesse lá. Tenho uma cicatriz no joelho.
Tem também as manchinhas no espelho, eu descobri que eram manchas NO ESPELHO esses dias, achava que era defeito no rosto, no corpo, não são, mas o espelho tem minha idade e é só ele.
Vou correr e parar o tempo, engolir seco pra secar o molhado dos olhos.
Como é que a gente explica saudade sem saber o que falta?
Como é que a gente explica medo se está indo exatamente pra onde gosta?
Não explica, só sente.
Caralho, por que sentir tanto?


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