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terça-feira, 3 de julho de 2012

"Morreu na contramão atrapalhando o tráfego"

Um novo dia amanhece na metrópole, grande metrópole, megalópole.
Saímos com pressa, cruzamos com vários rostos, várias histórias, várias vidas, nos estressamos se uma delas fica no nosso caminho, se uma delas dorme num assento para idosos por estar muito cansada ou por sacanagem mesmo.
Chegamos ao trabalho, olhamos para as mesmas pessoas de todos os dias, não nos damos contas se suas faces carregam expressões diferentes das do dia anterior, apenas fazemos o que somos pagos para fazer.
Uma palavra amiga, respondemos de forma ríspida, não temos tempo.
Fim do expediente, vamos para casa, comer e dormir, como será sido o dia dos nossos filhos?
Não sabemos, eles estarão dormindo - durmam crianças, não há com o que se preocupar- .
No caminho, algo acontece, algo para o trânsito, algo faz-nos demorar para chegar e descalçar os sapatos já tão apertados depois de um dia como esse. 
Alguém morreu. 
Nos perguntamos:
- Tinha de morrer logo aqui?
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.

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