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A casa é sua

domingo, 7 de julho de 2013

Luta

Sinto muito mas grilhões não me servem, que caiam.
E eu, no desejo mais intimo do meu ser, não quero que eles sirvam a mais ninguém e caiam.
Tenho motivos para lutar que me levarão a frente por uma vida inteira,
Custe o que custar.

Luto por elas que usam os grilhões e não percebem,
Pois eles já se tornaram sinônimo de beleza, delicadeza.
Luto contra todos aqueles que ainda acham que submissão é uma virtude
E ensinam isso para filhas e filhos.

Luto por elas que além de presas sofrem agressões
E por todas aquelas que ainda internalizam a resposta "a culpa é minha".
Luto por poder sair na claridade do dia e na escuridão da noite
Sem medo de estar desacompanhada.

Luto por ser companheira e não uma serva.
Luto por igualdade e não superioridade.
Luto por nós, luto por todas e todos.

Luto por todas que usam os grilhões em dose dupla,
Aqueles que deveriam ter sido extintos em 1888 e pelos que estão nelas e em mim
Desde que o mundo é mundo.

Luto por elas que se deram conta dos grilhões
E que amam, amam, amam.
Amam outras elas e que por amar sofrem.

Luto por elas que nasceram elas
Mas que o mundo insiste em dizer que são outros.

Luto por elas, por mim, por nós.
Eu luto.






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