Olá!

A casa é sua

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Quadro

Eram dois corpos.
Dois corpos que queriam virar um só.Sabe como é, não é?
O maior dos pecados realizado passo a passo, gesto a gesto, quase que como uma pintura.
A porta se fecha e do lado de fora ficou o grande mundo, são só dois, sós no total.
A dança não tem passos ensaiados, mas nunca se viu antes alguém que se entregasse plenamente a executa-la.
Eram da mesma altura, entregues a alcançar a mesma elevação.
Os sussurros despertam cada canto do quarto e tudo, tudo cria vida. Ao menos ali, enxergam todo o espaço que aquele breve mundo pode ter.
Um beijo terno de olhos fechados que enxergam a pulsação.
A pele se ouriça, não é frio.
Não se cabem ao abraço, entregam-se como se o mundo fosse acabar dali a um segundo, é a ultima chance, a ultima.
Os olhos se encontram e com o mesmo brilho, conversam.
Já não há sussurros, os mundos misturam-se pelos sons que o pequeno mundo emite ao grande mundo, é a prova de que estão vivos e que é ali, no maior dos pecados, que enxergam a beleza disso. Eles entendem, agora entendem.
Saem de si, saem alma, gemidos, suor, vida.
Se amam e há beleza no amor.


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